Autor(es):
Monteiro, AM
; Alves, M
; Souto, S
; Manso, F
; Cruz, M
; Marques, O
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.23/666
Origem: Repositório Científico do Hospital de Braga
Assunto(s): Neurofibromatose Tipo 1; Feocromocitoma
Descrição
Introdução:
Os feocromocitomas são tumores neuroendócrinos raros que podem ocorrer esporadicamente ou, em cerca de 30% dos casos, em contexto de sÃndromes familiares. Dez por cento são malignos. A Neurofibromatose tipo 1 é uma doença autossómica dominante que se associa à ocorrência destes tumores. O feocromocitoma surge em 0.1 a 5,7% dos doentes com Neurofibromatose tipo 1, sendo geralmente lesões solitárias e benignas.
Caso ClÃnico:
Doente do sexo feminino, 50 anos, com antecedentes de neurofibromatose tipo 1, hipertensão arterial, sÃndrome depressivo e estrabismo divergente desde a infância. Fumadora de cerca de 22,5 UMA. Medicada habitualmente com irbesartan 300mg, sertralina e alprazolam.
Referenciada à consulta de Endocrinologia por lesão nodular na supra-renal direita com 6 cm, detectada em TC renal, questionando-se a possibilidade de neoplasia primária ou secundária.
Ao exame fÃsico, doente com pressão arterial não controlada, manchas café-au-lait e neurofibromas cutâneos.
Do estudo funcional da supra-renal destacam-se nÃveis elevados de metanefrinas plasmáticas, catecolaminas e metanefrinas fraccionadas urinárias, e ácido vanilmandélico.
A RM revelou âmassa heterogénea centrada à glândula supra-renal direita com 48x48x63 mm (â¦), tratando-se, provavelmente, de um feocomocitoma.â O I131MIBG mostrava âimagem compatÃvel com feocromocitoma da supra-renal direitaâ.
Após terapêutica pré-operatória adequada, foi submetida a adrenalectomia direita laparoscópica. O exame histológico revelou âfeocromocitoma com invasão da cápsula e do tecido adiposo adjacente. Ausência de imagens de invasão vascular. Não é possÃvel assegurar a exérese completa da lesão.â
Após a cirurgia, verificou-se a normalização dos nÃveis de metanefrinas plasmáticas, catecolaminas e metanefrinas fraccionadas urinárias e do ácido vanilmandélico. Actualmente, bom controlo tensional sem anti-hipertensores.
Conclusões:
Achamos importante a apresentação deste caso que é interessante pela raridade da entidade clÃnica, pela possibilidade de malignidade, hipótese fortalecida pela dimensão tumoral, e pelo desafio que constitui o seguimento destes tumores a longo prazo.