Autor(es):
Escobar, C
; Silva, T
; Costa, B
; Oliveira, M
; Correia, P
; Ferreira, G
; Costa, I
; Júlio, C
; Rodrigues, J
; Machado, J
; Marques, A
; Simões, MJ
; Oleastro, M
; Brito, MJ
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.10/1172
Origem: Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
Assunto(s): Gastroenterite; Criança; Doenças gastrointestinais
Descrição
Introdução: A Gastroenterite Aguda (GEA) é uma patologia
com importante morbilidade sendo a segunda causa de internamento
na idade pediátrica.
Objetivo: Caracterizar a GEA, em crianças internadas em
dois hospitais da área de Lisboa com diferentes características
demográficas.
Métodos: Estudo prospetivo de maio 2011 a junho 2012.
Pesquisados potenciais agentes etiológicos por técnicas convencionais
e de biologia molecular em amostras de fezes e
analisados dados epidemiológicos e clínicos.
Resultados: Total de 140 amostras de crianças com GEA
com identificação do agente em 83,6%: 64,3% vírus,
27,9% parasitas e 21,4% bactérias. Os agentes mais frequentes
foram rotavírus (26,4%), norovírus II (13,6%),
enterovírus (12,1%), Microsporidia (11,4%), Escherichia
coli (9,3%), Campylobacter jejuni (7,9%), Giardia sp.
(5,7%), Cryptosporidium sp. (5%) e Salmonella sp. (4,3%).
Coinfecções (2 ou mais agentes) em 40 doentes (28,6%).
Mediana de idade de 1,4 anos (min-5 dias; max-17 anos)
sendo a etiologia viral mais frequente abaixo dos 5 anos
(p<0.01), com o rotavírus identificado em crianças mais
jovens (média=1,7 anos). Dois picos sazonais: o rotavírus
entre Janeiro e Março e norovírus entre Agosto e Outubro.
Apenas 10 (7,1%) doentes estavam vacinados para rotavírus,
mas nenhum com o esquema completo. A presença de sangue
nas fezes (p=0,02) e a febre (p=0,039) foram mais frequentes
na infeção bacteriana, os vómitos (p<0.01) e os sintomas respiratórios
(p=0,046) na infeção por rotavírus. Registaram-se
complicações clínicas em 50 doentes (35,7%): desidratação
(47), invaginação íleo-cecal (1), adenite mesentérica (1) e
apendicite fleimonosa (1).
Conclusão: Os vírus são os agentes mais frequentes de o rotavírus e norovírus os principais agentes. O número de
coinfecções foi significativo mas não se associou a maior
morbilidade. A ausência de identificação de agente em alguns
casos pode refletir a necessidade de outros meios diagnósticos
ou a existência de agentes ainda desconhecidos.