Descrição
Introduction: Hypovitaminosis D (hypoD) is a vitamin deficiency that has been rising in the developed countries, due not only to inappropriate eating habits, but also because of lower sun exposure and lack of exercise. Objective: To determine the prevalence of vitamin D deficiency and to analyze associated factors, in patients admitted to an Internal medicine Ward. Methods: Cross-sectional study which included 123 hospitalized patients admitted to an Internal Medicine Ward between April and May. Serum levels of vitamin D [25-hydroxyvitamin D, 25(OH)D] were determined and the sample divided into three groups based on 25(OH)D levels: severe hypoD (<10ng/mL), moderate deficiency of 25(OH)D (>10ng/mL and <20ng/mL) and third group with normal levels of 25(OH)D (>20ng/mL). Demographic variables were recorded as were factors potentially related to vitamin D deficiency. Results: In this sample (52.0% women) the average age was 71 ± 17 years, 67.5% of patients had severe hypoD, 25.2% moderate deficiency and 7.3% normal levels of vitamin D. The patients in the group with severe hypoD were older (p=0.027). In the same group there was a higher percentage of patients in the bedridden state (p=0.022), with higher impaired functional capacity (p=0.009) and with chronic renal insufficiency (p=0.011). In multivariate logistic regression analysis, factors associated with an increased likelihood of severe hypoD were: furosemide treatment [OR=3.673 (1.232-10.956) p=0.020] and albumin ≤3.25 [OR=5.617 (2.257-13.981) p<0.001]. Conclusion: The high prevalence of hypoD (67.5%) in this sample expresses the need for systematic evaluation of serum levels of 25(OH)D, in order to initiate early treatment in patients with inadequate levels. Furosemide treatment and hypoalbuminaemia present an increased likelihood of being associated with severe hypoD. Treatment of this hypovitaminosis is warranted not only because of the clinical consequences related to bone loss, but also because of its relationship with hypoalbuminemia which is associated with a poorer prognosis in hospitalized patients. Introdução: A hipovitaminose D (hipoD) é uma carência vitamínica cada vez mais frequente nos países desenvolvidos, devido não só a erros alimentares, mas também à pouca exposição solar e ao sedentarismo. Objectivo: Determinar a prevalência de hipoD em doentes internados num Serviço de Medicina Interna e identificar possíveis variáveis associadas. Método: Estudo transversal e observacional onde foram incluídos 123 doentes internados, no período de Abril e Maio. Foram determinados os níveis séricos de vitamina D [25-hidroxivitamina D, 25(OH)D] e subdividida a amostra em três grupos com base nos níveis da 25(OH)D: hipoD grave (<10 ng/mL); hipoD moderada (>10 ng/mL e <20 ng/mL) e um terceiro grupo com níveis adequados de 25(OH) D (>20 ng/mL). Foram registadas variáveis demográficas e factores potencialmente relacionados com a deficiência de vitamina D. Resultados: Nesta amostra de doentes (52,0% mulheres) a média das idades foi 71±17 anos; 67,5% dos indivíduos apresentavam hipoD grave; 25,2% hipoD moderada e 7,3% níveis normais de vitamina D. Os doentes do grupo com hipoD grave eram mais idosos (p=0,027). O mesmo grupo apresentava um maior número de doentes acamados (p=0,022), índices funcionais mais elevados (p=0,009) e maior percentagem de indivíduos com IRC (p=0,011). A análise multivariada com aplicação de modelo de regressão logística revelou que as variáveis associadas a uma probabilidade aumentada de desenvolver hipoD grave foram: consumo de diuréticos (furosemida) [OR=3,673 (1,232-10,956) p=0,020] e a albumina ≤3,25 [OR=5,617 (2,257-13,981) p<0,001]. Conclusão: A elevada prevalência de hipoD grave (67,5%) neste grupo de doentes, alerta para a necessidade da determinação e monitorização das concentrações plasmáticas de 25(OH)D, de modo a iniciar tratamento precoce nos doentes com níveis insuficientes. Os doentes que apresentam consumo de furosemida e a hipoalbuminemia têm uma probabilidade aumentada de desenvolver hipoD grave. O tratamento desta hipovitaminose justifica-se não só pelo conhecimento das consequências clínicas relacionadas com a perda de massa óssea, mas também pela sua associação com a hipoalbuminemia que é um marcador de risco de mau prognóstico em doentes internados.