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Asma - Reflexo da apoptose e de fenótipos de regulação

Autor(es): Todo-Bom, Ana cv logo 1 ; Mota-Pinto, Anabela cv logo 2 ; Alves, Vera cv logo 3 ; Vale-Pereira, Sofia cv logo 4 ; Chieira, Celso cv logo 5 ; Santos-Rosa, Manuel cv logo 6

Data: 2007

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10316/20225

Origem: Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Assunto(s): Asma; Apoptose


Descrição
A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, e os linfócitos T desempenham um papel central na sua patogénese. Na inflamação alérgica quer os eosinófilos quer os linfócitos T podem ter um tempo de vida aumentado no local da inflamação, por redução da apoptose, mantendo-se activados. No pulmão encontra-se uma subclasse de linfócitos T que expressa receptor γδ. Estes linfócitos T γδ (TCRγδ) representam 1 a 10% dos linfócitos maduros circulantes e desempenham funções importantes na primeira linha de defesa imunitária contra agentes microbianos, na inflamação alérgica e na regulação da inflamação crónica. O objectivo deste estudo consistiu na análise de linfócitos T na asma persistente de evolução arrastada em doentes idosos no que concerne à expressão de receptores de apoptose, na sua correlação com marcadores de activação (CD25 e HLADR) e ainda à expressão TCR γδ nesta doença crónica comparativamente a indivíduos saudáveis do mesmo grupo etário e a indivíduos saudáveis adultos. Foram incluídos no estudo 64 doentes asmáticos (72±5 anos), com mais de 30 anos de evolução da doença e um grupo-controlo com 61 indivíduos, dividido em dois subgrupos de 41 indivíduos idosos (79±7 anos) e de 20 indivíduos adultos (38±12 anos). Todos os doentes foram avaliados do ponto de vista clínico e realizaram uma espirometria com Vitalograph Compact. As células do sangue periférico foram marcadas com anticorpos monoclonais anti-CD3, anti-CD4, anti-CD8, anti-CD25 anti-TCR γδ, anti-HLA-DR e anti-CD95. A análise estatística direccionou-se a comparar asmáticos com controlo-idosos e controlo-idosos com controlo-adultos. A percentagem média de forced expiratory volume in the first second (FEV1) foi de 73,6±25,3. Relativamente aos receptores estudados, obtiveram-se os seguintes resultados em asmáticos vs controlo-idosos vs controlo-adultos: CD3: 74,9±7 vs 74,8±8,8 vs 76,7±4,2; CD4: 48,8±8,7 vs 43,5±10,2 vs 44,8±3,8; CD8: 23,3±7,9 vs 25,7± 10,2 vs 25,6±4,5; CD25: 14,3±5,9 vs 22,4±7,8 (p=0,000) vs 5,5 ±2,4 (p=0,000); TCR γδ: 2,8±2,1 vs 4,1 ± 3,3 (p<0,05) vs 4,6±2,1; HLA-DR: 18,4± 9,2 vs 17,8± 5,9 vs 15,4± 5,1 e CD95: 49,3±13,7 vs 52,6±12,1 vs 13,8± 10,8 (p=0,000). Em conclusão, as alterações imunológicas e inflamatórias associadas à idade determinam um aumento da expressão nos linfócitos T de CD25 e de CD95. Na asma, a probabilidade de células do sangue periférico expressarem um maior número de marcadores de activação e uma redução de marcadores de apoptose pode ser limitada nas formas estáveis da doença, não introduzindo modificações significativas às determinadas pelo envelhecimento. Os linfócitos T γδ podem estar reduzidos na asma com evolução arrastada, podendo por isso exercer uma acção modesta na modulação da inflamação e contribuir para a cronicidade destas situações clínicas. Sendo a asma uma doença crónica irreversível qualquer análise ou interpretação fisiopatológica efectuada em formas tardias e arrastadas tem necessariamente de considerar as alterações decorrentes do processo de envelhecimento. A ausência de análise destes dados pode promover interpretações menos rigorosas, com ilações terapêuticas desajustadas.
Tipo de Documento Artigo
Idioma Português
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