Descrição
A produção de biomassa pelas culturas está relacionada com a quantidade de
radiação fotossinteticamente ativa intercetada (IPAR) e absorvida pelas folhas, bem como à
eficiência com que estas convertem a energia radiante em energia química, pela
fotossíntese. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a eficiência do uso IPAR pela oliveira
(0/ea europaea L.) quando cultivada em diferentes sistemas de gestão do solo nem olival de
sequeiro (7m x 7m), localizado em Mirandela (40,5°N; 7,2°W). Foram comparados três
tratamentos: i) mobilização tradicional (MT), ii) não mobilizado com vegetação espontânea e
sem azoto (NMVNsN), iii) cobertura com leguminosas de ciclo anual e resementeira natural,
(CL). O olival já vinha a ser mantido nestas condições antes do início deste estudo. Os
resultados reportam-se ao ano de 2010 e 2011. A eficiência do uso da radiação (RUE) em
termos da produtividade de frutos (RUEF,) e de azeite (RUEAz) foi calculada através da razão
entre a massa seca de frutos e da massa de azeite (em matéria seca de frutos),
respetivamente, e IPAR anual. Em termos do volume do copado não houve diferenças
importantes entre os tratamentos MT e CL, enquanto estas estão presentes no tratamento
NMVNsN nos dois anos de estudo; com os maiores valores a serem observados no CL (20,75
± 3,58) e os menores no último tratamento (14,12 ± 2,71). Em consequência, a IPAR foi
sempre superior no CL, 9 e 31% em relação ao MT e NMVNsN, respectivamente, em ambos
os anos, indicando que o CL tem maiores potencialidades para produzir mais biomassa. Em
termos de produtividade de azeite, em relação à matéria seca, observou-se o maior valor
{3,9 t/ha) no CL e o menor no NMVNsN (1,4 t/ha) e que neste caso representou apenas 36%
do valor do CL. Quanto ao MT representou cerca de 48% do valor do CL e foi
aproximadamente 26% superior ao NMVNsN. A RUEFr foi sempre superior no CL, com
menores valores em 2011. Dado que na oliveira a alternância de produções é uma
característica importante desta espécie, é de todo conveniente analisar os dados em termos
de biénio. Assim, para o biénio 2010-11 a RUEFR foi superior em 2,4 ao MT e 2,7 ao NMVNsN.
Já no que respeita à RUEAz foi praticamente constante, 0,14 (MT) e 0,15 g MJ'1 (CL),
enquanto os menos valores (0,12 g Mf1) ocorreram no NMVNsN. Nesta fase do estudo os resultados preliminares parecem Indicar que o tratamento CL é o mais promissor.