Autor(es):
Giordano, Ana Paula
; Dimas, Isabel
; Lourenço, Paulo Renato
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10773/10798
Origem: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro
Descrição
Nos últimos anos, os estudos desenvolvidos na área dos conflitos intragrupais têm
apontado para a existência de um efeito negativo de ambas as dimensões dos conflitos –
conflito de tarefa e conflito socioafetivo – na eficácia grupal e têm sugerido a necessidade
de adotar abordagens mais contingenciais, nas quais se procuram integrar variáveis
moderadoras e variáveis mediadoras da relação entre os conflitos e a eficácia grupal. O
presente estudo insere-se nesta corrente de investigação e com ele pretendemos contribuir
para clarificar o efeito do conflito na eficácia grupal (desempenho grupal e satisfação dos
membros com o grupo) através da análise do papel mediador desempenhado pelas
emoções sentidas pelo grupo.
O estudo empírico desenvolvido é de natureza não experimental, tendo sido recolhidos,
através de questionários autoadministrados, dados de 74 grupos/equipas do contexto
organizacional português. Para avaliarmos o tipo de conflito presente na equipa
utilizámos a Escala de Avaliação do Conflito Intragupal (Dimas, Lourenço, & Miguez,
2005); as emoções foram aferidas através da Portuguese Job Related Affective WellBeing Scale (Ramalho, Monteiro, Lourenço, & Figueiredo, 2008). No que diz respeito às
medidas de eficácia grupal, o grau de satisfação dos membros com a equipa foi medido
através da Escala de Satisfação Grupal (Dimas, 2007) e o desempenho foi aferido através
da Escala de Avaliação do Desempenho Grupal (Dimas, 2007).
Foram encontradas evidências relativamente ao papel mediador das emoções negativas na
relação entre os dois tipos de conflito e a satisfação grupal. Não encontrámos, no entanto,
suporte para a relação entre os dois tipos de conflito e o desempenho do grupo.
Os resultados encontrados sugerem que o desenvolvimento no grupo de estratégias
capazes de prevenir a escalada de emoções negativas aquando da vivência de conflitos,
poderá atuar de uma forma positiva ao nível da dimensão socioafetiva da eficácia grupal.