Author(s):
Mascarenhas, Suely
; Almeida, Leandro S.
; Barca, Alfonso
Date: 2005
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/2952
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Subject(s): Psicologia escolar; Rendimento escolar; Atribuições causais
Description
Este artigo analisa a relação entre as atribuições causais e o rendimento
académico, apreciando como tais atribuições se diferenciam de acordo com o
nível de escolaridade dos pais e o género dos alunos. Para a avaliação das
atribuições causais recorremos à escala "Avaliação das Atribuições Causais e
Multidimensionais" (Barca, 2000) e a uma amostra de 1.144 alunos de escolas
públicas e privadas do Ensino Médio do Estado de Rondónia (Amazônia,
Brasil). Os resultados sugerem que, na generalidade das atribuições causais,
os alunos não se diferenciam de forma estatisticamente significativa
considerando o seu rendimento académico. A larga maioria dos alunos
valoriza as próprias capacidades e o esforço (atribuições internas) para
explicarem os seus bons resultados escolares, associando os fracos
resultados escolares à falta de sorte ou aos professores (atribuições
externas). Mesmo assim, os alunos de mais fraco rendimento justificam, em
maior percentagem, o seu bom desempenho escolar recorrendo à sorte e à
facilidade dos exames, recorrendo também mais frequentemente à falta de
capacidade para explicarem os seus fracos resultados escolares. As
atribuições causais não se diferenciam segundo o género dos alunos, muito
embora a atribuição dos fracos resultados escolares à falta de capacidade é
mais frequente nos rapazes cujos pais possuem baixas habilitações
académicas. Por último, a atribuição dos bons resultados escolares ao
esforço, ou os baixos resultados à falta de esforço, é mais frequente junto dos
alunos cujos pais possuem níveis mais elevados de escolaridade. This paper analyses the relationship between causal attributions and
academic achievement, considering attributions by students’ parents, school
level, and gender. To evaluate causal attributions we use the scale "Avaliação
das Atribuições Causais e Multidimensionais" (Barca, 2000) and a sample of
1144 students from basic public and private schools of Randonia State
(Amazônia, Brazil). Results suggest that, students’ causal attributions are not
differentiated by school achievement. Most students use internal attributions
(capacities and effort) to explain their good schools marks, using external
attributions (luck or teachers) to explain bad school classifications. Even
tough, poorest achievement students justify, in large percentage, better marks
by luck and facility of examinations, as well as low capacity to explain low
school classifications. The causal attributions are not related to students´
gender, but male students from parents with low academic certifications tend
to justify low school marks by lack of capacity. Finally, to justify good and bad
marks by effort, or lack of effort, is more frequent in the students from parents
with high school levels. Dans cet article nous présentons la relation entre les attributions causales et
le rendement académique, en tenant compte du niveau scolaire des parents
et le sexe des étudiants. Pour évaluer les attributions causales nous avons
utilisé le questionnaire "Avaliação das Atribuições Causais e
Multidimensionais" (Barca, 2000) et un échantillon représentatif de 1144
élèves fréquentant des institutions publiques et privées de l´enseignement
basique de Rondónia (Amazônia, Brasil). Les résultats montrent que les
élèves ne se différencient pas statistiquement dans leurs attributions en
fonction de leur rendement scolaire. La plupart des élèves valorisent leurs
efforts et capacités (causes internes) pour expliquer les bons résultats
académiques, et associent le manque de chance ou les professeurs aux
résultats les plus faibles (causes externes). Malgré ça, les élèves avec un plus
faible rendement justifient, dans un pourcentage supérieur, quelques résultats
positifs dus à la chance ou à la facilité des examens, ainsi comme ils
mentionnent leur manque de capacité pour expliquer les mauvais résultats.
Les attributions causales ne se différencient pas selon le sexe des élèves,
bien que l´attribution de l´ insuccès scolaire au manque de capacité soit plus
fréquente chez les élèves de sexe masculin dont les parents ont un niveau
d’aptitude académique plus bas. Finalement, l’attribution des bons résultats à
l’effort ou des faibles résultats au manque d’effort, est plus fréquente auprès
des élèves dont les parents ont un niveau plus élevé de scolarité.