Author(s):
Rocha, J. A. Oliveira
Date: 1998
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/2905
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Subject(s): Formas de ensino em gestão pública
Description
Comunicação apresentada no ISMAI, Maia, 13 Outubro de 1998. Tradicionalmente não se achava necessária a formação avançada em gestão pública. A Administração contratava predominantemente pessoal com formação jurídica. Estes profissionais eram sujeitos a um processo de indoutrinação das rotinas administrativas, de forma a transformá-los em estátuas, isto é, em agentes neutros e frios da aplicação da regra geral ao caso concreto (Rocha, 1994).
O ideal do agente público era: Nem homem nem besta, mas estátua.
Segundo este paradigma (estatutário) não fazia sentido a formação específica em gestão pública, porquanto a formação complementar dos funcionários era dada pela experiência profissional no bureau.
Esta forma de encarar a formação avançada em administração e políticas públicas alterou-se devido a vários factores:
Em primeiro lugar, à intervenção do Estado na vida económica e social convertendo-se de Estado polícia em Estado prestador de serviços da mais diversa ordem. Esta transformação irá exigir dos gestores públicos, no pós-guerra, conhecimentos que nem a rotina burocrática, nem a formação académica inicial concediam.
Numa fase posterior – anos setenta – os cidadãos tomaram consciência que são donos e clientes dos serviços fornecidos pela Administração, exigindo qualidade e não se satisfazendo com o modelo de conformação formal e jurídica.
Simultaneamente foram introduzidas na gestão administrativa técnicas modernas de racionalização dos serviços que a formação e prática tradicionais eram incapazes de assimilar (Ver, por exemplo, a informatização dos serviços e a alteração que trouxe nos circuitos de informação).
Estes factores, e, desde logo, o primeiro levaram à necessidade de adopção de uma política de formação avançada em gestão pública.