Autor(es):
Farenzena, Rosana
; Pereira, Beatriz Oliveira
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/25822
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Infância; Escolarização; Culturas de pares; Interações
Descrição
O processo de escolarização, orientado por objetivos conteudistas, que conotam a infância como categoria de passagem, impõe uma pauta redutora, invasiva e didatizada, quando não marcada pelo
espontaneismo, no que tange a mediação docente diante das produções e interações lúdicas/corporais da infância. Problematizar o significado e as relações desse enquadramento sobre a linguagem de definição da especificidade do ser criança e, na perspectiva de que se enraíza aos padrões de interatividade e de convívio nas culturas de pares, é o objetivo deste artigo. Se a eficácia dos programas de intervenção diante das violências no contexto escolar se condiciona a abordagem contextual do problema, toda e qualquer iniciativa de mediação, que se pretenda bem sucedida, não pode desconsiderar os valores veiculados e apropriados durante o processo de educação formal, antecipado para a infância contemporânea. A regulação sistemática do corpo, a redução dos tempos e espaços para brincar e a fragilidade das práticas alicerçadas no princípio da participação, tem repercussões que precisam ser conhecidas. Em tempos onde co-habitam correntes culturais paradoxais, que permitem o reconhecimento do brincar como necessidade de primeira ordem, tanto quanto a afirmação de um sistema de educação formal para a infância, em descompasso com a perspectiva lúdica da criança, faz-se imperativo analisar a cultura relacional que emerge desse modelo institucional.