Autor(es):
Aguiar, J. L. Barroso de
; Taborda, P.
; Azevedo, A.
; Oliveira, Rosário
Data: 2002
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/19219
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Descrição
A gestão e resíduos sólidos urbanos (RSU) é actualmente um problema que requer uma abordagem concentrada em diversas frentes, por forma a assegurar um desenvolvimento sustentável. Para permitir o melhor aproveitamento dos RSU é necessário adoptar diversas soluções em simultâneo: reutilização, reciclagem, compostagem, valorização energética e deposição em aterro sanitário. Assim, considerando a incineração como a solução central para os RSU, devido à sua eficiência na redução da massa e volume dos mesmos, é imprescindível não esquecer, a montante, a triagem o mais rigorosa possível de todos os constituintes que podem ser valorizados e, a jusante, estudar soluções para os resíduos últimos da incineração. Este trabalho surge neste contexto, numa tentativa de dar solução às cinzas volantes, provenientes da Central de Valorização Energética Lipor II, incorporando-as em argamassas para determinar a possibilidade da sua utilização na construção civil, evitando assim que sejam depositadas em aterro. A incorporação das cinzas volantes seguiu dois caminhos, em argamassas normais e em argamassa adesivas. Os provetes de argamassa normal foram submetidos a ensaios de resistência à flexão e à compressão e ensaios de lixiviação. As agamassas adesivas foram submetidas a ensaios de aderência. Os resultados obtidos são bastante animadores, pois a perigosidade do resíduo estudado não é tão elevada como o usualmente relatado na bibliografia. Os ensaios de lixiviação revelaram somente a libertação de alumínio e, além disso, em quantidades inferiores às libertadas na lixiviação dos provetes padrão. A incorporação das cinzas volantes de incineração de RSU provocou uma diminuição das resistências à flexão e à compressão das argamassas normais, que poderá ser contrariada pela utilização de um cimento de classe superior. Relativamente às argamassas adesivas, a incorporação das cinzas volantes não prejudicou a aderência. Assim, pode concluir-se que as cinzas volantes de incineração de RSU podem ser utilizadas na produção de argamassas na construção civil. Esta utilização permite poupar matérias-primas naturais, ajudando a uma maior preservação dos recursos naturais, além de diminuir as necessidades de terreno para aterro. A incorporação em betões será também possível. Torna-se necessário estudar as propriedades dos betões com incorporação de cinzas volantes de incineração de RSU. As implicações na durabilidade dos betões terão igualmente que ser avaliadas.