Autor(es):
Neves, Maria Manuela
; Ferreira, Ângela Augusta de Sá
; Rodrigues, Cristina S.
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/15754
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Artesanato; Design; Consumidor; Atitudes
Descrição
Apresentação efetuada na "Designa - Conferência Internacional de Investigação em Design - A Esperança Projectual, Covilhã 2011" O artesanato é um modo de produção muito antigo que sobreviveu aos constantes progressos tecnológicos industriais. A nível global percebe-se uma tendência de revivalismo do artesanato, acompanhada por um esforço de valorização e proteccionismo para com esta arte secular. Uma mais valia na oferta turística, o know-how artesanal permite a oferta de produtos que respeitam a herança, a tradição e a identidade dos produtos regionais. Com a alteração dos gostos e dos perfis de consumo, o desafio de sobrevivência das diferentes formas de artesanato passa por também incluir elementos de design, de forma a oferecerem produtos originais e fashionable. A aproximação do design ao artesanato apresenta-se como uma fonte de inspiração e criação dando origem a objectos mais adequados aos nossos dias, baseados no saber e na arte do passado.
Em Portugal, o artesanato têxtil apresenta-se particularmente vulnerável à dualidade: tradição e design. A procura por produtos de decoração artesanais tem vindo a decrescer, pelo aumento da apetência por produtos “massificados” e de baixo custo. As revistas de decoração e as lojas da especialidade sugerem um movimento de “simplificação” da decoração de interiores que é traduzido num menor interesse pelo “tradicional” e numa crescente procura por produtos mais simples, mais facilmente descartáveis, de certa forma mais uniformizados, mais baratos (fenómeno tipo IKEA). O que determina esta alteração e como é percebido o “artesanato” pelos consumidores portugueses? Inserindo-se na temática da cultura e moda no design de interiores, o artigo visa explorar a percepção que os consumidores têm do artesanato têxtil e perceber as atitudes associadas à inclusão de novos elementos de design. Este trabalho apresenta e analisa o estudo desenvolvido em duas fases:
1. Fase 1: consumidores e o inquérito FutureARTE. Numa tentativa transversal a diferentes faixas etárias de compreensão do comportamento do consumidor, são exploradas as atitudes e percepções dos consumidores portugueses relativamente ao artesanato têxtil bem como ao seu processo de decisão de compra. Os dados confirmam a importância do género e da idade como determinantes na temática do artesanato têxtil, em particular no “uso de artesanato têxtil”, “auto-satisfação com a compra”, “compra para oferta” e “percepção do futuro do artesanato têxtil”.
2. Fase 2: designers e entrevistas personalizadas. Entrevistaram-se designers portugueses que introduziram elementos de artesanato nas suas colecções de design. Os resultados sugerem o sucesso da intervenção com boas respostas por parte dos consumidores mas também denuncia dificuldades ao nível da comunicação designer-artesão.