Description
A criação, da generalidade das raças autóctones portuguesas, baseia-se em sistemas de produção naturais, em regiões com recursos alimentares escassos e com técnicas de maneio pouco exigentes. O efeito deste ambiente limitativo, associado à grande variabilidade genética característica destas raças, implicam uma eficiência tanto produtiva como reprodutiva bastante aquém do considerado como desejável. A vantagem em trabalhar com animais deste tipo de explorações é que, por vezes, bastam pequenas alterações ambientais ou de maneio para se produzirem efeitos favoráveis visíveis. O cuidado que devemos ter é o de definir objectivos compatíveis com a especificidade tanto do potencial dos animais como do sistema de criação, evitando comparar as raças autóctones com raças selectas e exigindo o mesmo tipo de resposta. São vários os aspectos reprodutivos que importa conhecer e trabalhar, de modo a contribuir para a melhoria da sua eficiência neste tipo explorações. Desde logo, um dos mais importantes, é tentar reduzir a duração dos períodos improdutivos, ou seja, a idade ao primeiro parto nas fêmeas de substituição e o intervalo entre partos em todas as fêmeas reprodutoras. Um outro aspecto é tentar ajustar as datas de parto às características de mercado, promovendo uma oferta homogénea de um determinado produto ao longo do ano ou concentrando essa oferta para a altura em que o mercado mais a valoriza. O objectivo destes trabalhos é tentar contribuir para a melhoria da eficiência biológica dos animais e consequente viabilidade económica das explorações, sem colocar em causa tanto o bem-estar animal como a especificidade dos sistemas de criação ou a imagem comercial do produto final obtido. Como estamos a trabalhar com explorações de pequena dimensão e com animais de raças autóctones, qualquer tipo de solução estará sempre condicionada, não só pelos limites biológicos da raça, mas também pelo investimento que poderá implicar.