Document details

Indisciplina, humores e valores

Author(s): Barros, Nazaré cv logo 1 ; César, Margarida cv logo 2

Date: 2011

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/7772

Origin: Repositório da Universidade de Lisboa

Subject(s): Indisciplina; Violência; Educação; Valores; Organização escolar


Description
Apesar da indisciplina e da violência não serem fenómenos novos, são fenómenos que assumem maior visibilidade, sendo cada vez mais falados e discutidos, quer na sociedade portuguesa quer no mundo ocidental (Conselho da Europa, 2004). Pensamos que é necessário reflectir sobre o papel da Escola e do seu espaço educativo. Enquanto organização aprendente (Guerra, 2002, Senge, 2005), cada escola deve promover uma educação em que o respeito pelos direitos humanos e valores fundamentais como a liberdade e dignidade humana, fazem parte integrante da organização, do clima e da cultura organizacional da escola. Cada escola pode, através das diversas formas de organização que promove, contribuir, minimizar e dar prioridade às questões de indisciplina, fazendo existir na escola uma aprendizagem viva da cidadania activa, crítica, livre e responsável (Fórum Educação para a Cidadania, 2007; Magalhães, 2001, Oliveira & César, 2008; Sousa, 2007). Há elementos que podem marcar a diferença, como a qualidade dos espaços escolares, a forma de organização da Escola, uma comunicação transparente e coerente e um clima relacional de qualidade, assim como o modelo pedagógico assumido (Barroso, 2001; Sebastião, 2003). Realizámos um estudo de caso intrínseco (Stake, 1995), numa escola secundária com 3º ciclo, nos subúrbios de Lisboa. Assumimos uma abordagem interpretativa e pretendemos pensar a indisciplina e a violência escolar a partir das condições da própria escola. Quisemos perceber os factores organizacionais que influenciam a indisciplina e a violência, caracterizando-as. Os participantes são todos os alunos considerados problemáticos dessa escola (N=32). Os critérios de sinalização destes alunos foram as respostas dos directores de turma a um questionário e as participações graves e muito graves recebidas no conselho executivo da escola. Assim, os instrumentos de recolha de dados em que nos vamos centrar são o questionário e a recolha documental. Os dados foram tratados recorrendo à estatística descritiva, utilizando o SPSS. Os resultados obtidos permitem compreender aspectos relevantes deste fenómeno, nesta escola: (a) que não existe a partir do 11º ano de escolaridade; (b) que é mais frequente no género masculino e em alunos com insucesso acumulado; e (c) os resultados permitem aceder a algumas informações relevantes, nomeadamente aquilo que estes alunos consideram ser o pior da escola e o que eles gostariam de ver alterado. L’indiscipline et la violence, n’étant pas des phénomènes nouveaux, assument néanmoins une très large visibilité en étant de plus en plus parlés et discutés, soit dans la société portugaise soit dans le monde occidental (Conseil de l'Europe, 2004). Nous croyons qu'il faut réfléchir sur le rôle de l'Ecole et de son espace éducatif. Chaque école, tant qu'organisation « lieu d’apprentissage » (Guerra, 2002; Senge, 2005), doit promouvoir une éducation où le respect par les droits humains et les valeurs fondamentaux, comme la liberté et la dignité humaine, font partie intégrante de l'organisation, du climat et de la culture organisationnelle de l'école. Chaque école peut, à travers les diverses formes d'organisation qui construit, contribuer, minimiser et remettre au premier plan les questions d'indiscipline, en faisant exister dans l'école un apprentissage vivant de la citoyenneté active, critique et responsable (Forum Éducation pour la Citoyenneté, 2007; Magalhães, 2001, Oliveira & César, 2008; Sousa, 2007). Il y a des éléments qui peuvent faire la différence, comme la qualité des espaces scolaires, la forme d'organisation de l'École, une communication transparente et cohérente et un bon climat relationnel, ainsi que le modèle pédagogique supposé (Barroso, 2001; Sebastião, 2003). Nous avons fait une étude de cas intrinsèque (Stake, 1995), dans une école secondaire de 3ème cycle, dans les faubourgs de Lisbonne. Nous avons choisit un abordage interprétatif ayant voulu réfléchir sur l'indiscipline et la violence scolaire à partir des conditions de l'école elle-même. Nous avons voulu connaître les facteurs organisationnels qui influencent l'indiscipline et la violence, en les caractérisant. Les participants sont tous les élèves considérés problématiques de cette école (N=32). Les critères du choix de ces élèves ont été les réponses des directeurs de chaque classe à un questionnaire et les participations disciplinaires graves et très graves reçues dans le conseil exécutif de l'école. Ainsi, les instruments ont été le questionnaire et la documentation existante. Les données ont été traitées en faisant appel à la statistique descriptive, en utilisant le SPSS. Les résultats obtenus permettent de comprendre des aspects importants de ces phénomènes, dans cette école: (a) qu’il n'existe pas à partir de la 11ème année de scolarité; (b) qu’ils sont plus fréquents pour les garçons et pour les élèves avec des échecs scolaires accumulés; et (c) que les résultats permettent d'accéder à quelques informations importantes, notamment ce que les élèves considèrent comme le plus négatif dans leur école et ce qu’ils aimeraient changer.
Document Type Conference Object
Language Portuguese
delicious logo  facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
degois logo
mendeley logo


    Financiadores do RCAAP

Fundação para a Ciência e a Tecnologia Universidade do Minho   Governo Português Ministério da Educação e Ciência Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento EU