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Microalgas:um futuro mais sustentável e mais verde

Autor(es): Rosa, Fernanda cv logo 1 ; Gouveia, L. cv logo 2 ; Reis, Alberto cv logo 3

Data: 2008

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.9/378

Origem: Repositório do LNEG

Assunto(s): Microalgas; Biocombustíveis


Descrição
O interesse no potencial biotecnológico das microlgas tem aumentado nos últimos anos atendendo à sua grande biodiversidade e às numerosas substâncias que podem sintetizar. O desenvolvimento de tecnologias de cultivo, de colheita e de processamento da biomassa microalgal, em grande escala, tem permitido que determinadas espécies sejam já utilizadas comercialmente. Dentre os inúmeros compostos extraídos com potencial para exploração comercial referem-se ácidos gordos poliinsaturados, carotenoides, ficobiliproteinas, polissacáridos, vitaminas e compostos bioactivos (antioxidantes, redutores do colesterol, etc.) que podem ser empregues no desenvolvimento de alimentos funcionais pelas suas propriedades nutricionais e farmacêuticas (“nutracêuticas”). Por outro lado, a elevada dependência energética do exterior, a necessidade de garantir ou melhorar a segurança do abastecimento e os problemas do aquecimento global e das alterações climáticas têm trazido para a ordem do dia a procura intensiva de combustíveis alternativos, principalmente para o sector dos transportes que é fortemente dependente de combustíveis baseados no petróleo. Neste contexto, a Directiva 2003/30/EC, de Maio de 2003, preconizou uma meta de substituição de 20% de combustíveis de origem fóssil por combustíveis alternativos, até 2020. Esta substituição previa uma quota de 2% de biocombustíveis em 2005 e de 5.75% em 2010, percentagens medidas em conteúdo energético. A nova proposta de Directiva para a promoção de fontes de energias renováveis, de 21 de Janeiro de 2008 e ainda em discussão, aponta 10% de biocombustíveis em todos os Estados-Membros em 2020, como meta obrigatória, a qual foi antecipada para 2010 pelo governo português, como medida estratégica do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) ( Resolução do Conselho de Ministros nº 21/2008). O biodiesel tem sido o biocombustível mais produzido e utilizado em Portugal e na UE por força da matriz de consumo no sector dos transportes na maioria dos países europeus. Inicialmente produzido a partir quase exclusivamente de óleo de colza, tem vindo progressivamente a ser produzido de outras matérias-primas, nomeadamente, soja, girassol e palma, não só por razões comerciais, como pela necessidade de diversificar a oferta atendendo aos volumes crescentes de produção. Porém, o aumento do preço de mercado das oleaginosas tradicionais, a contestação generalizada ao uso de solos aráveis para culturas energéticas e ao aumento do preço dos alimentos, tornou imperativa a procura e a introdução de outras matérias-primas que não compitam com o sector alimentar. As microalgas constituem uma das alternativas mais interessantes para produção de óleo para biodiesel, devido à sua elevada eficiência fotossintéctica e maior taxa de crescimento relativamente às plantas superiores, factores que permitem atingir elevadas produtividades em óleo (que em algumas espécies pode atingir 50% do seu peso seco), à possibilidade de utilizar terrenos marginais inadequados para agricultura, ao maior sequestro de CO2/ha em comparação com qualquer outra oleaginosa e à sua produção não ser sazonal permitindo a obtenção de matéria-prima continuamente durante todo o ano. Estas vantagens permitem, de facto, uma produção média de biodiesel a partir de microalgas 10 a 20 vezes superior à obtida com sementes de oleaginosas. Acresce que, num processo global que se pretende integrado, o resíduo de biomassa microalgal, após a extracção do óleo, pode ser usado como fertilizante, como alimento para animais e/ou na obtenção de outros produtos naturais de alto valor comercial, num verdadeiro conceito de biorefinaria.
Tipo de Documento Documento de conferência
Idioma Português
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