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Enriquecimento ambiental em Puma concolor (Linnaeus, 1771) do Jardim Zoológico ...

Autor(es): Crespo, António Pedro cv logo 1 ; Ferreira, José D. cv logo 2 ; Tibério, L. cv logo 3 ; Pereira, Ana Paula cv logo 4 ; Carolino, N. cv logo 5

Data: 2010

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.15/314

Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Santarém

Assunto(s): Puma concolor; Enriquecimento ambiental; Jardim Zoológico; Portugal


Descrição
Apresentação em painel no Congresso de Animais Exóticos e de Zoo, Lisboa, 1 e 2 de Outubro de 2010 Os animais sob cuidados humanos apresentam menor actividade do que no seu habitat natural, o que pode comprometer a sua saúde. Assim, é necessário criar mecanismos que alterem esta situação. O enriquecimento ambiental é uma ferramenta que pode melhorar a qualidade de vida dos animais, estimulando os seus sentidos, provocando instintos naturais e promovendo a actividade física e o domínio do seu território. Com vista a melhorar o bem-estar psicológico e fisiológico de um macho e duma fêmea de Pumas (Puma concolor, Linnaeus, 1771), sob cuidados humanos, no Jardim Zoológico de Lisboa, realizou-se um estudo de enriquecimento ambiental, durante quatro meses, Março a Junho de 2009, com um total de 100 horas de enriquecimento ambiental. Este ensaio incluiu um estudo de observações preliminares para a elaboração do etograma, seguido de três fases distintas para a recolha de dados: base line (BL), enriquecimento (E) e end line (EL). Testaram-se vários itens de enriquecimento ambiental (EA), tendo-se seleccionado três: dois alimentares (caixa de papelão com carne, carne escondida nos arbustos) e um olfactivo (pêlo de camelo). Os dados foram analisados através de testes não paramétricos de Wilcoxon e de Kruskal-Wallis utilizando-se para o efeito o programa SAS. Pretendeu-se determinar a existência de diferenças significativas (p < 0,01 ou p < 0,05) entre os comportamentos observados nas diferentes fases, com ou sem enriquecimento ambiental (BL, E1, E2, E3, EL), entre animais de diferentes sexos e entre períodos do dia (manhã/tarde). Comparativamente com a fase de base line, os estímulos de enriquecimento ambiental aumentaram a diversidade de comportamentos durante os ensaios, com a persistência deste efeito em end line. Ao longo do ensaio, os animais apresentaram um aumento da actividade, como o estado de alerta relacionado ou não com o item de enriquecimento, interacção com o item, allogrooming, forragear, vocalização e uma diminuição no descansar, pacing, autogrooming e comportamentos anormais. O sexo dos animais, o período do dia e a área que frequentavam influenciaram os comportamentos registados. Assim, a fêmea apresentou comportamentos mais activos do que o macho, e este, pelo contrário, evidenciou mais comportamentos inactivos. Os animais estiveram mais activos de manhã. O tipo de estímulo também afectou o comportamento, tendo aumentado a diversidade relativamente a um dos itens de enriquecimento alimentar (carne escondida nos arbustos). O exterior da instalação, em particular o piso térreo, foi a área preferida, provavelmente relacionada com o local onde o EA era introduzido. No conjunto, os pumas beneficiaram do enriquecimento manifestado por um aumento da diversidade de comportamentos e capacidades de interacção e a diminuição de comportamentos geralmente relacionados com a frustração, desinteresse, stress e agressividade. Para finalizar, salienta-se a necessidade de continuamente estes animais serem sujeitos a programas de enriquecimento ambiental, no entanto, com testagem de outros itens de enriquecimento, acrescidos de objectos e de sons, e com períodos de repetições alargados para evitar a manifestação de comportamentos de desinteresse e anormais, tendo em vista os seus benefícios no comportamento dos animais, nos visitantes e nos objectivos de conservação.
Tipo de Documento Documento de conferência
Idioma Português
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