Author(s):
Tomás, Mª Teresa
; Santa-Clara, Helena
; Monteiro, Estela
; Carolino, Elisabete
; Freire, António
; Barroso, Eduardo
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.21/273
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa
Subject(s): Fisioterapia; Reabilitação; Polineuropatia amiloidótica familiar; Força de preensão
Description
Introdução: A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) é uma doença autossómica dominante neurodegenerativa relacionada com a deposição sistémica de fibras de amiloide
essencialmente a nível do sistema nervoso periférico. Clinicamente, caracteriza-se por
uma neuropatia sensitivo-motora iniciando-se quase sempre nos membros inferiores e
comprometendo subsequentemente as mãos. Até agora, o único tratamento conhecido com efeitos positivos no atrasar da progressão da doença é o transplante hepático com
medicação com efeitos negativos para o metabolismo muscular e consequentemente para
a capacidade de produção de força. Do nosso conhecimento, não existem caracterizações
quantitativas dos níveis de força nestes indivíduos nem comparações com a população
saudável. Este conhecimento seria extremamente importante para verificar a evolução clínica e funcional desta doença e para a eventual prescrição adequada de um programa de reabilitação. Objectivo: O objectivo deste estudo foi descrever e comparar os níveis de força de preensão
(peak force) entre doentes PAF com ou sem transplante de fígado (PAFTx e PAFNTx,
respectivamente) com um grupo de indivíduos saudáveis (GC). Material e métodos: A amostra total foi constituída por 206 indivíduos, divididos em três grupos: 59 indivíduos PAFNTx (23 homens, 36 mulheres; idade 35 ± 8 anos); 85 indivíduos PAFTx (52 homens, 33 mulheres; idade 34 ± 8 anos) e 62 GC (30 homens, 32 mulheres; idade 33 ± 9 anos). A força de preensão foi avaliada com um dinamómetro de preensão portátil E-Link (Biometrics Ltd, UK). Tanto as posições de medição como as ordens fornecidas foram estandardizadas. O valor de força máxima considerado foi classificado de acordo com as normas do American College of Sports Medicine (ACSM) para a força de preensão.
Resultados: Os três grupos são diferentes (p < 0,05) no peso, no IMC e na força de
preensão em ambas as mãos, bem como na resistência da mão esquerda. Foram encontradas correlações negativas entre a força e a idade, para os grupos PAFNTx
e PAFTx, mas não para o grupo GC. Conclusões: De acordo com os nossos resultados, os indivíduos portadores de PAF
apresentaram valores mais baixos para a força de preensão em ambas as mãos do que os
indivíduos aparentemente saudáveis e consequentemente uma pior classificação nas
normas do ACSM. A maioria dos doentes apresenta valores de força de preensão abaixo
da média ou mesmo precária. Estes resultados poderão mostrar as implicações negativas na funcionalidade destes indivíduos e indicam também a necessidade de um programa de
reabilitação com especificidade ao nível da motricidade da mão.