Author(s):
Sousa Uva, Mafalda
; Nunes, Baltazar
; Roquette, Rita
; Silva, Susana
; Contreiras, Teresa
; Matias Dias, Carlos
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/1795
Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Subject(s): Gripe; Vacina; Cobertura; População Portuguesa; Estado da Saude e da Doença; Época 2012-2013
Description
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido
desde a época de 1998-1999, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do Departamento de Epidemiologia, estudou a cobertura da
vacinação antigripal na época de 2012-2013.
Os objectivos foram: 1) estimar a taxa de cobertura da vacina antigripal sazonal (VAGS) na população portuguesa na época sazonal 2012-2013, e 2) caracterizar o local de vacinação e as atitudes face à vacina.
O estudo, transversal, constou de um inquérito realizado por entrevista telefónica à amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde), em outubro de 2013. Esta amostra é aleatória e constituída por aproximadamente 1000 Unidades de Alojamento (UA), contactáveis por telefone fixo ou móvel, estratificada por Região NUT II do continente. Estas UA representam 2719 indivíduos. Em cada UA, foi inquirido apenas um elemento com 18 ou mais anos que prestou informação sobre si próprio e sobre os restantes elementos do agregado. Na época gripal 2012-2013 a estimativa da
cobertura da população portuguesa com 65 ou
mais anos pela VAGS foi 44,9% (IC95%: 34,5% a
55,8%), ligeiramente acima da obtida na época
anterior 2011-12 (43,4%, IC95%: 35,5% a 55,7%), marcando assim uma alteração na tendência decrescente iniciada na época de 2009-10. Nos portadores de pelo menos uma doença crónica a estimativa da cobertura VAGS foi 28% (IC95%: 22% a 34,8%), sem diferença estatisticamente significativa face ao valor obtido na época 2011-2012, 30,9% (IC95%: 25,2% a 37,3%). A cobertura bruta da população geral foi 16,3% (IC95%: 13,2 % a 19,9%),
sem diferença estatisticamente significativa em relação à época anterior (16,4%, IC95%: 13,6% a 19,6).
A vacinação decorreu, principalmente, nos Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde
(SNS) (47,2%), seguido pela farmácia (33,9%), ao contrário do observado pelos estudos ECOS desde o início da autorização para a toma da VAGS nas farmácias em 2007. As razões invocadas para a recusa de toma da VAGS na época 2012-2013,pela população com 65 ou mais anos, foram a desvalorização e negação da importância da doença (41,5%) e da eficácia da vacina (16,7%), e a má experiência em relação à VAGS no passado (12,1%). Na população com mais de 65 anos de idade que não se vacinou, estima-se que 43% apenas tomaria a VAGS se um médico a recomendasse,
enquanto 45,8% não alteraria a sua atitude,
vacinando-se. Em conclusão, os resultados do estudo ECOS relativo à época gripal 2012-2013 indicam um aumento ligeiro na cobertura de VAGS na população com 65 anos. Apesar deste aumento, afigura-se importante reforçar as estratégias de promoção da vacinação pela população portuguesa, dada a meta de 60% de cobertura vacinal da população idosa assumida para a época 2013-2014.