Autor(es):
Trevisan, Gabriela
Data: 2010
Origem: Repositório da ESE de Paula Frassinetti
Assunto(s): Sociologia da infância; Emoções - criança
Descrição
O presente texto apresenta uma análise preliminar de um estudo
constituindo uma análise sociológica da construção da afectividade e amor entre
crianças, inserida nos quadros de análise da Sociologia da Infância. A acção da criança
será entendida como estrutural, na medida em que se analisarão os seus
constrangimentos e possibilidades, considerando os diferentes níveis de consciência.
Mas, também se considera que o ser humano, enquanto agente – ou a criança enquanto
agente – é dotado de capacidade reflexiva e consciente, em diferentes graus, da acção
que desenvolve, reconhecendo, ainda, que essa acção tem consequências intencionais ou
não intencionais, no espaçotempo
em que se desenrola. (Giddens, 1984). Na acção da
criança, os sentimentos e afectos são considerados estruturadores dessa mesma acção,
definindo a posição da criança no seu grupo de pares. As crianças são, assim,
consideradas competentes, nos seus afectos, sendo capazes de os definir e de reflectir
sobre eles e sobre a forma estes como se constituem na relação de pares. É a criança
capaz de identificar diferentes afectos? Como define a criança a amizade e o amor? Que
critérios estão na base da sua constituição? Poderseá
falar de um amor infantil?
Recorrendo a metodologias de tipo qualitativo e interpretativo e técnicas diversificadas
(observação e notas de campo, entrevistas, análise de desenhos, análise de
textos/materiais produzidos pelas crianças), este estudo desenvolveuse
com grupos de
crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos de idade, em duas salas de
um ATL., dos arredores do Porto. Serão, assim, apresentados os resultados do trabalho
realizado com as crianças. The paper presented constitutes a preliminary analysis of an ongoing study constituting a sociological analysis on children’s construction of affection and love, using the sociology of childhood frameworks of analysis. Child’s agency is to be understood as structural when we analyse the constraints and possibilities of that agency, considering different consciousness levels. But we also considerer human beings – and therefore, children - as agents, capable of reflexive capacity and consciousness, recognizing that agency has intentional and non-intentional consequences, in time-space context of action (Giddens, 1984). In children’s agency, feelings and affections are to be considered as structurants of that agency, defining child’s positions in their peer group. Children are therefore considered competent in their affections, being capable of defining them and reflecting about them and about the way they constitute children’s relation with peers. Is the child capable of identifying different affections? How does the child define friendship, love and passion? What are the criteria for their constitution? Can we speak of a children’s love? Using different qualitative and interpretative methodologies and techniques (observations, field notes, interviews, drawing analysis, written material produced by children) this study was developed with a group of children (aged between 6 and 10), in an after school institution, in Porto suburban area. Results of the work made with children will also be presented.