Autor(es):
Rocha, S.
; Aguilar, A.
; Mota, C.
; Faria, M. S.
; Costa, T.
; Carvalho, C.
; Marcelino, F.
; Mota, C.
; Rocha, P.
; Pereira, E.
; Duarte, C.
Data: 2006
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.16/887
Origem: Repositório Científico do Centro Hospitalar do Porto
Assunto(s): Insuficiência renal aguda; diálise; criança; Acute Renal Failure; dialysis; children
Descrição
RESUMO A insuficiência renal aguda (IRA) é
uma situação rara em idade pediátrica,
podendo surgir aliada a variadas condições
clínicas. Quando as medidas de
suporte não são suficientes para o controlo
da IRA, torna-se necessário o início
de terapêutica de substituição da função
renal.
Objectivo: Analisar as indicações e
complicações dos diferentes métodos de
diálise aguda nos doentes internados na
Unidade de Cuidados Intensivos e/ou no
Serviço de Nefrologia Pediátrica do Hospital
Maria Pia.
Doentes e métodos: Foi efectuado
um estudo retrospectivo dos doentes
com IRA que necessitaram de tratamento
substitutivo da função renal entre Janeiro
de 1990 e Dezembro de 2004. Analisaram-se aspectos clínicos e laboratoriais,
indicações e complicações do procedimento
dialítico e evolução dos doentes.
Foi analisado também, o número anual
de doentes tratados com diálise aguda
no Hospital.
Resultados. O estudo incluiu 29
crianças com idades comprendidas entre
1 e 15 anos, dos quais onze (37,9%)
tinham menos de 12 meses de idade (6
recém nascidos).
A sépsis foi a condição subjacente
à IRA em 11 (37,9%) doentes, sendo predominante
no grupo de recém nascidos.
O síndrome hemolítico urémico foi a etiologia
de IRA em 10 (34,5%) lactentes e
crianças.
A diálise peritoneal foi a modalidade
dialítica mais frequentemente utilizada
(65,5%), seguida da hemodiálise
intermitente (31%) e hemodiafiltração
venovenosa contínua (3,4%). As técnicas
dialíticas mostraram-se seguras e eficazes,
embora com algumas complicações
inerentes ao método dialítico, as quais
foram resolvidas com sucesso. A mortalidade
dos doentes foi de 17,2%, o que é
um resultado bastante satisfatório quando
comparada a outras séries.
A evolução através dos anos do
número de doentes submetidos a diálise
aguda caracterizou-se por um aumento
do número de casos. Nos últimos 5
anos foram tratados 16 dos 29 doentes,
observando-se um investimento recente
destas técnicas em recém-nascidos, incluindo
prematuros de baixo peso.
Conclusões: Verifica-se um aumento
crescente de técnicas diáliticas
nos doentes com IRA, as quais se têm
mostrado eficazes e seguras. Destaca-se
o seu uso em recém nascidos e prematuros
de baixo peso com bons resultados.
A diálise peritoneal permanece a técnica
mais utilizada entre nós, contudo reconhecemos
as vantagens das técnicas
dialíticas extracorporais contínuas o que
tem motivado um investimento recente
neste tipo de tratamento dialítico. ABSTRACT
Acute Renal Failure (ARF) is an
uncommon disease in paediatric age, and
may occur associated to several clinical
conditions. When the support measures
are not enough to control ARF, substitution
therapeutics become necessary.
Objective: To analyse the indications
and complications of the different dialysis
modalities at the Intensive Care Unit and/
or Paediatrics Nephrology Department in
Maria Pia Hospital.
Patients and methods: The authors
present a retrospective study of ARF
patients who needed substitutive treatment
of renal function between January 1990
and December 2004. We analysed the
following: clinical and laboratorial data,
indications and complications of dialysis
and patients’ evolution. We was also
analysed the evolution of the dialytic
treatment in our hospital.
Results: The study included 29
children with ARF treated with dialytic
therapies, aged 1 day to 15 years. Eleven
(37,9%) were 12 months or younger (6
newborns). Sepsis was the subjacent
condition to ARF in 11 (37,9%) patients,
the majority newborns. The uraemic
haemolytic syndrome was the aetiology
of ARF in 10 (34,5%) infants and children.
The peritoneal dialysis was the most used
dialytic modality (65.5%), followed by the
intermittent haemodialysis (31%) and
continuous venovenous haemodiafiltration
(3,4%). The dialytic therapy proved to
be safe and efficient, although carrying
some inherent complications to the
dialytic method, that were resolved with
success. Mortality was 17,2%, which is a
rather satisfactory result when compared
with other series. The number of patients
submitted to dialysis in our hospital has
been increasing, through the years (16
patients out of 29 were treated after
1999), specially newborns and low birth
weight newborns.
Conclusion: We verified an
increasing use of dialytic techniques in
patients with ARF, which are safe and
effi cient. We emphasize the good results
in newborn including the low birth weight.
Peritoneal dialysis remains the most
used technique in our hospital, however
nowadays, we are investing in the
continuous extracorporeal dialysis as we
recognize the advantages of this method
in critical patients.