Autor(es):
Caldeira, L.
; Teixeira, I.
; Vieira, I.
; Batel-Marques, F.
; Santiago, L.
; Rodrigues, V.
; Fonseca, A.
; Varanda, J.
; Bicó, A.
; Vasconcelos, C.
; Polónia, J.
; Brochado, J.
; Faria, V.
; Mota, A.
; Ramalheira, E.
; Capão-Filipe, M.
; Marques, M.
; Martins, M.
; Carmo, E.
; Martins, F.
; Contente, H.
; Lobo, M.
; Gloria, P.
; Pereira, L.
; Faria, D.
Data: 2006
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.16/282
Origem: Repositório Científico do Centro Hospitalar do Porto
Assunto(s): Antimicrobianos; antibióticos; monitorização da terapêutica; profilaxia; antimicrobials; antibiotics; monitoring antibiotic consumption; prophylaxis
Descrição
A monitorização do consumo de antimicrobianos é um instrumento de interesse indiscutível e tem merecido uma atenção particular nos últimos anos, devido às crescentes preocupações com a emergência de estirpes microbianas multi-resistentes.
Os objectivos do presente estudo consistiram, por um lado, na monitorização do consumo e na avaliação do impacto económico da prescrição hospitalar de antimicrobianos, em serviços de cirurgia
e ortopedia. Por outro lado, pretendeu-se estudar e a relação indicação-prescrição terapêutica e profilática.
Tendo presentes estes objectivos realizou-se um estudo-piloto longitudinal, com recolha de dados durante o mês de Maio de 2004, em seis Hospitais SA, incidindo numa amostra total de 1.122 doentes internados.
Verificámos uma taxa de incidência de prescrição de 76,9%, com dispensa de 1.154 antimicrobianos, dos quais 71,2% se destinaram, em média, à profilaxia da infecção pós-cirúrgica, atestando a adesão
geral à prática da profilaxia da infecção no local cirúrgico.
O custo médio da antibioterapia foi mais elevado nos casos de “suspeita de infecção” (€9,09) ou “infecção declarada” (€8,74) e mais baixo quando utilizados para “profilaxia” (€5,67), facto relacionado
com a menor duração média dos episódios de profilaxia.
Os regimes de profilaxia utilizados apresentaram variações consideráveis entre os diferentes hospitais no que respeita ao tipo de antibiótico utilizado e uma duração média de 2,61 dias, com cerca de metade dos episódios de profilaxia prolongando-se por mais de 24 horas, sugerindo uma implementação
insuficiente das actuais recomendações quanto ao tipo de fármaco a utilizar para esta prática, o que aponta para o necessidade duma avaliação da existência nas unidades hospitalares, de recomendações
claras para a profilaxia da infecção do local cirúrgico, bem como da adesão dos clínicos a estas.