Autor(es): 
		  					
		  					Russo, T 
 ; Berenguer, A 
 ; Fontes, D 
 ; Scortenschi, E 
 ; Santos, I 
 ; Matos, C 
 ; Tomé, T 
 
		  					
		  					
							
		  					Data: 2013 
		  					
		  					
							Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.17/1861
							
		  					Origem: Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
							
		  					Assunto(s): MAC PED; Colestase Intra-Hepática; Síndrome de Dificuldade Respiratória do Recém-Nascido; Ácidos e Sais Biliares
							
						 
	  					
	  					
	  					
	  						Descrição
	  						Introdução: A colestase intra-hepática da gravidez está associada a complicações fetais e neonatais graves, incluindo síndrome de dificuldade respiratória. Tem sido recomendada terapêutica materna com ácido ursodesoxicólico e antecipação do parto para reduzir o risco de complicações. Os objetivos
foram determinar a associação entre colestase intra-hepática da gravidez e síndrome de dificuldade respiratória neonatal e avaliar a relação com níveis maternos de ácidos biliares e
procedimentos perinatais.
Metodologia: Estudo caso-controlo incluindo grávidas com colestase intra-hepática da gravidez e respetivos recém-nascidos (grupo colestase), com parto numa maternidade
portuguesa de nível III entre 2006 e 2010. Os controlos foram
emparelhados para idade gestacional e peso ao nascimento (1
caso para 2 controlos).
Resultados: Foram incluídas 42 grávidas com colestase
intra-hepática da gravidez (incidência 0,15%) e 53 recém-
-nascidos. Dez recém-nascidos do grupo colestase (19,2%) e 14 controlos (13,7%) tiveram dificuldade respiratória(p=0,375). A FiO2 máxima foi superior no grupo colestase
(mediana 34,0% vs. 25,0%; p=0,294), mas sem diferença
quanto à ventilação mecânica. A idade gestacional ao diagnóstico de colestase materna foi menor nos recém-nascidos com dificuldade respiratória (mediana 30,5 vs 33,5 semanas;
p=0,024). A taxa de parto desencadeado iatrogenicamente(69,8% vs. 40,6%; p=0,001; OR=3,4), cesariana (66,0% vs 44,3%; p=0,01; OR=2,4) e corticoterapia pré-natal (43,4% vs.
25,5%; p=0,022) foi significativamente maior no grupo colestase.
Não se encontrou relação entre dificuldade respiratória neonatal e níveis maternos de ácidos biliares nem terapêutica materna com ácido ursodesoxicólico.             Conclusão: A colestase intra-hepática da gravidez, sobretudo
de início precoce, está tendencialmente associada a síndrome de dificuldade respiratória neonatal. A antecipação do parto
traz riscos adicionais para os recém-nascidos. A corticoterapia pré-natal neste contexto pode ter mascarado a verdadeira incidência de dificuldade respiratória neonatal.