Author(s):
Morais-Almeida, M
; Prates, S
; Pargana, E
; Arêde, C
; Godinho, N
; Tavares, C
; Martins, P
; Rosa, E
; Pires, G
; Gaspar, A
; Rosado-Pinto, J
Date: 1999
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.17/1436
Origin: Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
Subject(s): Hipersensibilidade Alimentar; Criança; Alérgenos; Rotulagem de Alimentos; Casuística; Hospital Dona Estefânia; HDE ALER
Description
Estima-se que a prevalência de alergia alimentar nos países Ocidentais seja de cerca de 2 % na população geral e até 8% em crianças, não existindo dados concretos
no que diz respeito a Portugal.
Objectivos: Avaliar a prevalência de alergia alimentar e identificar os alergenos alimentares principais numa população de crianças observadas na Consulta
de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia num período de 12 meses.
Métodos: Foi feita uma revisão de registos clínicos dos 4879 doentes com idade igual ou inferior a 18 anos observados na Consulta durante o ano de 1998. O diagnóstico baseou-se na história clínica, testes cutâneos por prick e prova de provocação oral. Foram
incluídos os casos de alergia alimentar clinicamente relevante nos últimos três anos de vida.
Resultados: Foi identificada uma prevalência de alergia alimentar de 8,5% (414 casos, correspondendo a 477 quadros de alergia alimentar), sendo o alimento alergénico mais importante o leite, seguido por ovo e
peixe. No subgrupo de crianças com idade superior a 12 anos o padrão foi bastante diferente, surgindo os crustáceos, o peixe, o amendoim, os frutos frescos e secos como principais alergenos. A maioria das crianças
(83%) apresentou sensibilização a apenas um alimento.
Clinicamente, predominaram os quadros de urticária e angioedema, seguidos por vómitos, diarreia e agravamento
de dermite atópica.
Conclusões: A população estudada apresenta uma prevalência de alergia alimentar de 8,5%, sendo de prever que seja inferior na população geral pediátrica.
Será interessante complementar este estudo com dados obtidos noutros grupos etários, visando uma melhor identificação da prevalência de alergia alimentar e dos
alergenos alimentares major no nosso país. É
indispensável sensibilizar as entidades responsáveis pela regulamentação da indústria alimentar para a necessidade de uma melhoria a nível dos processos de
fabrico e rotulagem no sentido de uma maior protecção do doente alérgico.