Autor(es):
Fernando Veloso Gomes
; Álvaro Silva
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10216/71209
Origem: Repositório Aberto da Universidade do Porto
Descrição
Após um breve enquadramento da temática são enunciados os principais fatores e causas (naturais e antropogénicas) associáveis às dinâmicas costeiras e aos fenómenos erosivos. Destacam-se: Ações das ondas e das vagas, marés astronómicas e meteorológicas, correntes com diversas origens, ventos, instabilidade de arribas e taludes, fluxos fluviais de água e sedimentos, dragagens e extração de sedimentos, dragagens portuárias e em canais de navegação, destruição de dunas, ocupação e com edificações e estabilização de zonas naturalmente dinâmicas, estruturas de defesa costeira.
Identificam-se os principais riscos naturais potencialmente presentes em zonas costeiras. Estes riscos são associáveis a tempestades, variações de nível de água, inundações, perdas sedimentares (erosão), atividade sísmica, maremotos (tsunamis), alterações de habitat e perdas de biodiversidade. As previsíveis alterações a nível de frequência e intensidade de ocorrência de situações extremas (tempestades), trajetórias das tempestades, subida dos níveis de água do mar, balanços sedimentares, dinâmicas de estuários, embocaduras, sistemas lagunares, sistemas dunares e arribas, qualidade das águas e sedimentos bem como da intrusão salina, agravarão ou tornarão mais incertos os riscos costeiros. Os impactes deverão ser avaliados a nível da estabilidade estrutural do edificado e das infra-estruturas, dos ecossistemas bem como das atividades económicas e usos das zonas costeiras (áreas edificadas, turismo e recreio, operacionalidade dos transportes marítimos e dos portos, florestas, agricultura, habitats, património cultural, paisagem). Apresentam-se exemplos práticos de situações críticas em zonas costeiras relacionadas com a natural "variabilidade climática" (extremos a que se associam períodos de retorno de algumas dezenas de anos ou mesmo superiores a 100 anos) e outras situações que resultam de "ações antropogénicas" recentes (a uma escala regional ou local). Através de uma representação muito intuitiva, pretende-se ilustrar o trinómio "alterações globais" em termos das suas componentes "variabilidade climática", "ações antropogénicas" (regionais, locais) e "alterações climáticas" (globais, regionais). Apresentam-se exemplos de medidas de adaptação diretamente relacionáveis com frentes urbanas edificadas, portos e habitats costeiros.
Essas medidas estão associadas a diferentes cenários potenciais: variação do nível médio das águas do mar, alteração de rumos da agitação marítima, aumento da frequência, intensidade e duração de temporais no mar, redução do fornecimento de sedimentos às zonas costeiras a partir da rede hidrográfica, aumento e redução do escoamento superficial proveniente das zonas terrestres.