Descrição
O declínio do “programa institucional” (Dubet, 2002), entre outras implicações, coloca-nos perante a
necessidade de perspectivar o fenómeno educativo a partir de novos significados e de novos
contextos. Importa, por isso, re-situar a actividade educativa a partir do seu sentido social e
comunitário. A educação social inscreve-se no movimento da“educação ao longo da vida” e no
contexto das “cidades educadoras”. Contudo, longe de ser relegada para a chamada “educação não
formal”, a perspectiva que se defende aqui prende-se com a necessidade de repensar a relação
“escola, família e comunidade local” (Ortega, 2005). Neste sentido, a emergência do Educador Social,
como uma nova figura profissional, inscreve-se nesta tentativa de equacionar o projecto educativo
como um projecto educativo comunitário. Educar, nesta concepção ampla, tende a privilegiar a ideia
de interface entre as sinergias que se combinam (retroalimentam) no quadro de uma relação dialógica.
É neste contexto que procuramos realçar o papel do educador social enquanto mediador
socioeducativo da relação “escola, família e comunidade local”. Esta figura profissional, em vias de
profissionalização (Sáez e Molina, 2006), poderá ser um interlocutor privilegiado no quadro desta
interface comunicativa, contribuindo para a promoção de uma cultura de participação cívica numa
lógica de auto-desenvolvimento social. Estas novas mediações socioeducativas, por sua vez, poderão
ser uma oportunidade para repensarmos algumas das dicotomias clássicas que ainda persistem em
muitos sectores (quer profissionais quer académicos), como porexemplo, a relação entre “educação
escolar” versus “educação social” ou a relaçãoentre “educação formal” versus “educação não
formal”. A nossa proposta procura superar estas visões dicotómicas, optando, pelo contrário, por uma
“leitura dialógica” (Canastra, 2007).