Author(s):
Angélico, Conceição Vaz
; Fernandes, Conceição
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10198/7309
Origin: Biblioteca Digital do IPB
Description
Actualmente, existe uma forte consciência da importância do peixe na alimentação
humana. Em termos de consumo de peixe, Portugal é o terceiro país do mundo no consumo
deste alimento, com uma média de anual, per capita, de 60 Kg. No entanto, o acentuado
crescimento populacional e o grande desenvolvimento tecnológico têm levado,
indubitavelmente, ao aumento da poluição. Os ecossistemas aquáticos são, por excelência, o
destino final da grande maioria dos poluentes contribuindo, deste modo, para o aparecimento
de pescado contaminado, em maior ou menor grau, o que pode tornar o seu consumo um
problema de saúde para o Homem.
Das diferentes classes de pescado consideradas nos relatórios anuais do RASFF
(Rapid Alert System for Food and Feed (RASFF)), entre 2006 e 2009, verifica-se que o grupo
dos peixes é o mais importante nas notificações referentes a metais pesados. O nível de
bioacumulação nos tecidos dos peixes é influenciado por diversos factores bióticos e abióticos,
pelo que a comparação dos níveis de contaminação química do pescado reveste-se de uma
enorme complexidade. A toxicidade para o Homem depende de vários factores tais como o
estado fisiológico do indivíduo, das espécies química envolvidas e do metabolismo em que
estas possam interferir, bem como da correlação entre a toxicidade metálica e a actividade
metálica dos metais livres. Assim, um dos factores essenciais a ser considerado no consumo
de pescado será a possibilidade de existir alguma contaminação com metais.
Dos diversos metais dispersos pelo ambiente o mercúrio, o cádmio e o chumbo
parecem ser dos que apresentam maiores riscos, em termos da segurança alimentar. A
metodologia associada à quantificação destes metais, bem como a legislação referente,
nomeadamente a Ingestão Semanal Tolerável Provisória, definida pelo JECFA (Expert
Committee on Food Additives) serão discutidos, no contexto da avaliação da exposição
alimentar e dos limites de segurança.