“Não é segredo para ninguém que se vive um tempo caracterizado, em grande medida, pela invenção a todo o custo, um tempo onde o Homem, morto e enterrado Deus, parece baralhar o jogo e distribuir as cartas. Do cosmos possível se faz o caos, numa disputa em que, senhores da guerra, somos muitos, apostamos forte e vencemos nunca. Mas, nem por isso – anima certa, animus incerto, – desanimamos. Na humana e insaciáve...
“[…]. É inegável o impacto que Conta-Corrente tem na geração que viveu Paris-68 e Coimbra-69 com o uzeiro redentismo nos olhos e o vezeiro dogmatismo na inteligência. O montante (in progress, afinal, pois já se anuncia um terceiro volume) apresenta-se, ao primeiro lance, como uma espécie de adição, distraidamente metódica, dos desabafos de uma consciência que se exercitou – e exercita – na teia vária do mundo, ...
“[…]. Goste-se ou não, nunca é gratuitamente que sobre o Homem os fogos se cruzam. O deslocamento da noção de escrita para o próprio centro das actividades crítica e criativa pulverizou com aparato toda uma ordenação antiga que propendia a separá-las. Jamais as coisas voltaram a ser como eram, desde que a nova crítica mostrou ter fôlego para ser mais do que a nova impostura que pretendera Picard. Já começa toda...
“[…]. Os Maias de Eça de Queirós, reveladoramente subintitulado de Episódios da vida romântica, apresenta-se também como expressão exemplar da dificuldade do narrador desenhar uma personagem integral, que aglutine, numa posição realmente medular, os múltiplos elementos do romance. Certo é que todos os indicadores, principalmente os que se prestam a um tratamento estatístico linear, nos conduzem à figura de Carl...
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