Autor(es):
Loução, Felisbela Alexandra da Cruz
Data: 2008
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.5/946
Origem: Repositório da UTL
Assunto(s): Doença renal crónica; Gatos; Hipertensão arterial sistémica; Cats; Chronic kidney disease; Systemic hypertension
Descrição
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária A hipertensão arterial sistémica é a principal afecção cardiovascular da espécie felina. Consiste numa
elevação persistente da pressão arterial sistémica e evidencia uma forte associação com a doença
renal crónica. Nesta última ocorre retenção de sódio e água, com consequente aumento do volume
de fluído extracelular e do débito cardíaco, produzindo elevação da pressão arterial sistémica. Também,
a activação do sistema renina-angiotensina-aldosterona e outras alterações neuro-hormonais,
comuns na doença renal crónica, são passíveis de induzir hipertensão arterial sistémica. Por sua vez,
a hipertensão arterial sistémica promove a hipertensão e a hiperfiltração glomerulares, a proteinúria e
a arteriosclerose, completando este ciclo vicioso através da auto-prepectuação da lesão renal.
A prevalência significativa destas doenças, com particular destaque na população felina geriátrica,
torna fundamental o diagnóstico precoce, a instituição de uma terapêutica específica e o controlo
adequado das alterações secundárias, favorecendo assim, o prognóstico e melhorando a qualidade
de vida dos animais afectados.
No âmbito deste tema foi realizado um estudo, relativo a gatos, com diagnóstico prévio de doença
renal crónica, dos quais 90% evidenciaram hipertensão arterial sistémica, determinada por método
indirecto Doppler. O risco de lesão hipertensiva esteve presente em 90% dos indivíduos observados,
dos quais 60% exibiram valores de pressão arterial sistólica superiores a 180 mm Hg. Também, cerca
de 65% dos animais estudados revelaram alterações sugestivas de lesão hipertensiva.
Os animais foram, ainda, divididos em três grupos, de acordo com um esquema terapêutico: Grupo A
(n = 4) – besilato de amlodipina (Norvasc®, 0.625 mg/gato, p.o., q24h); Grupo B (n = 3) – benazepril
(Fortekor® 5 mg, 0.25-0.5 mg/Kg, p.o., q12-24h); Grupo C (n = 13) – sem terapêutica instituída. No
decurso do estudo clínico, os valores de pressão arterial sistólica diminuíram, nos três grupos, tendo
sido registados os menores valores no Grupo C. Os dados obtidos não evidenciaram a superioridade
da amlodipina, como fármaco anti-hipertensor único, nem do benazepril, para uma maior protecção
renal. ABSTRACT -
Systemic hypertension, the mainly feline cardiovascular disease, is a persistent elevation of blood
pressure above that which is normal for an individual, and is integrally linked with chronic kidney disease.
This one can lead to sodium and water retention and resultant extracellular fluid volume expansion.
This increases cardiac output, producing systemic hypertension. Further, activation of the reninangiotensin-
aldosterone system and other neurohumoral disorders common in kidney disease may
further elevate systemic arterial blood pressure. On the other hand, high blood pressure causes
glomerular hypertension and hyperfiltration, proteinuria, and arteriosclerosis, completing this vicious
cycle through self-perpetuating renal damage.
The elevated prevalence of these diseases, in the geriatric cat population in particular, makes the early
diagnosis, specific treatment and adequate control of secondary complications of paramount importance.
Only this can improve the quality of life and the prognosis for these animals.
It was conducted a study of 20 cats with a previous diagnosis of chronic kidney disease. From wich
were registered 90% that had systemic hypertension, obtained using non-invasively Doppler ultrasound.
The risk of hypertensive organ damage was presented in 90% of cats, whom 60% showed a
systolic arterial pressure above 180 mm Hg. Also, 65% of them revealed hypertensive organ damage.
Cats were divided in three groups, in compliance with a treatment: Group A (n = 4) – amlodipine besylate
(Norvasc®, 0.625 mg/cat, p.o., q24h); Group B (n = 3) – benazepril (Fortekor® 5 mg, 0.25-0.5
mg/Kg, p.o., q12-24h); Group C (n = 13) – no treatment. During this study, systolic arterial pressure
decreased, and Group C recorded lower measurements. Data didn´t show that amlodipine was the
best drug to treat systemic hypertension, or benazepril was the major renoprotective drug.