Author(s):
Camacho, Inês Nobre Martins
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/3797
Origin: Repositório da UTL
Subject(s): Bem-estar; Comportamentos de risco; Comunicação; Comunicação com os amigos; Escola; Felicidade; Satisfação com a vida; Saúde; Sintomas físicos e psicológicos
Description
Doutoramento em Ciências da Educação, Especialidade Educação para a Saúde A relação dos adolescentes com a família tem sido reconhecida com um dos factores
cruciais no desenvolvimento dos jovens. O presente trabalho teve como objectivo
estudar a influência da família na saúde e nos comportamentos de risco nos adolescentes
Portugueses. Para tal, realizaram-se seis estudos, tendo como suporte, a base de dados
portuguesa do estudo internacional Health Behavior in School- aged Children, obtida
com adolescentes através do preenchimento do questionário “Comportamento e Saúde
em Jovens em Idade Escolar”. Os estudos realizados utilizaram amostras cujas
dimensões variam entre 3221 jovens (estudo 3), 4877 (estudos 1 e 2), 5050 (estudos 5 e
6) e 22961 (estudo 4), jovens de ambos os géneros com média de idades de 14 anos. O
estudo um teve como objectivo analisar a influência da comunicação com os pais e
pares no bem-estar e comportamentos de risco dos adolescentes. No estudo dois
pretendeu-se analisar a influência da família e dos pares nos comportamentos de risco
dos adolescentes. No estudo três, procurou-se perceber a influência que a dificuldade
em comunicar com os pais e o não ter ou não ver os pais poderá ter nos comportamentos
de risco, relação com a escola, felicidade, percepção de saúde e no bem-estar físico e
psicológico. No estudo quatro procurou-se entender a influência da comunicação com
os pais a satisfação com a escola e o nível de instrução dos pais poderão ter no consumo
de álcool e violência. No estudo cinco explorou-se os efeitos da monitorização parental
e a comunicação com os pais no bem-estar e nos comportamentos de risco nos
adolescentes. No estudo seis procurou-se compreender a influência da família e pares
nos comportamentos de risco dos adolescentes, tendo como mediadores a saúde, bemestar
e escola. Os principais resultados do presente estudo foram os seguintes:1) os pais
surgem como uma factor protector nos comportamentos de risco e facilitadores do bemestar
dos adolescentes, os amigos surgem como factor de risco nos comportamentos de
X
risco; 2) a dificuldade em comunicar com os pais surge como factor de risco nos
comportamentos de risco; 3) o não ter ou não ver o pai surge como tendo maiores
consequências na vida do adolescente comparativamente ao ter dificuldades em
comunicar com o pai; 4) os rapazes, os jovens que têm dificuldade em comunicar com
os pais, que não gostam da escola, que o pai não tem emprego e que os pais nunca
estudaram, têm uma maior probabilidade em consumirem e abusarem do álcool e ter
comportamentos violentos; 5) os jovens que têm uma maior monitorização parental são
mais felizes, apresentam facilidade em comunicar com os pais, referem que têm uma
boa relação com a família, apresentam menos sintomas psicológicos e estão mais
satisfeitos com a vida; 6) uma boa comunicação com os pais aparece associada a menos
sintomas físicos e psicológicos, a um maior bem-estar e maior satisfação com a escola;
a satisfação com a escola surge como mediador, diminuindo os índices dos
comportamentos de risco e quanto maior frequência de sintomas maiores são os índices
de comportamentos de risco.
Verifica-se que as questões relacionadas com a saúde e comportamentos de risco são
importantes para entender a influência da família. Os resultados sublinham a
importância de uma intervenção na saúde dos adolescentes que tenha em conta a relação
com a família. The relationship between youngsters and family has been acknowledged as a crucial factor in the development of teenagers. This work had as goal to study the influence of family in health and in risk behaviours amongst Portuguese adolescents. To achieve this
analysis, six studies were prepared having as a basis the Portuguese database of the
international study Health Behaviour in School-aged Children, gathered through the
questionnaire Behaviour and Health in School age adolescents. The studies used
samples whose dimensions diverged from 3221 youngsters (study 3), 4877 (studies 1
and 2), 5050 (studies 5 and 6) and 22,961 (study 4), youngsters of both genders with an
average age of 14 years old. The goal of study 1 was to analyse the influence of
communication between parents and pairs in well-being and in teenagers’ risk behaviours. In study 2 it was intended to analyse the influence of family and peers in teenagers’ risk behaviours. The goal of study 3 was to understand the influence that the difficulty in communicating with parents and not having/seeing parents might have in
risk behaviours, relationship with school, happiness, perception of health and
psychological and physical well-being. The goal of study 4 was to understand the influence of communication with parents, the satisfaction with school and the level of
parents’ education that might influence alcohol consumption and violence. In study 5,
parental monitoring and the communication with parents were explored in order to
understand the effects that these might have in the well-being and in risk behaviours. In
study 6, it was intended to understand the influence of family and pairs in risk
behaviours, having as mediators health, well-being and school. The main results of this
study were the following: 1) parents rise as a protective factor in risk behaviours and
well-being providers, friends rise as a factor of risk in risk behaviours; 2) the difficulty
in communicating with parents rises as a factor of risk in risk behaviours; 3) not
having/seeing the father rises as having more consequences in teenagers’ life in
comparison to having difficulty in communicating with the father; 4) boys, the teenagers who have more difficulty to talk with their parents, that do not enjoy school,
whose father does not have a job and whose parents have never studied, have a higher
probability in consume and abuse alcohol and having violent behaviours; 5) youngsters
who have a higher parental monitoring are more happy, talk easily with their parents,
refer to have a good relationship with their family, present less psychological symptoms
and are more satisfied with life; 6) a good communications appears to be associated to
less symptoms, to a better well-being and a higher satisfaction towards school; the satisfaction with school emerges as a mediator, decreasing the rates of risk behaviours
and the more frequent symptoms, higher will be the rates of risk behaviours.
It is verifiable that the questions regarding health and risk behaviours are important to
understand the influence of family. The results point out the importance of an intervention in youngsters’ health that have a good connection with their family.