Autor(es):
Pires, Ana Catarina Xavier
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.6/997
Origem: Ubi Thesis - Conhecimento Online
Assunto(s): Coifa dos rotadores; Coifa dos rotadores - Dor crónica; Coifa dos rotadores - Prevalência; Coifa dos rotadores - Avaliação de custos
Descrição
Introdução: Segundo o estudo “Pain in Europe(1) 19% dos adultos sofre de dor
crónica, 9% desses devido a omalgia. A causa mais frequente da omalgia é a
patologia crónica da coifa dos rotadores.
Embora a patologia sintomática não traumática da coifa dos rotadores
(PSCR) seja uma entidade comum que pode causar dor e incapacidade
funcional grave, com repercussão na capacidade de trabalho, há falta de
estatísticas fiáveis sobre a sua frequência em Portugal. Não está por isso
determinada a prevalência desta patologia nem os custos directos e indirectos
a ela associados.
O presente trabalho tem como objectivo o estudo da PSCR no Hospital
Sousa Martins (HSM). Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo com levantamento de registos
informáticos dos episódios de urgência, de internamento e de cirurgia. Fez-se a
análise de processos clínicos das consultas externas de Ortopedia, de
Medicina Física e Reabilitação (MFR) e de Dor Crónica. Destes
episódios/consultas, verificou-se quais foram devidos a PSCR e quais foram os
custos associados.
Fez-se uma revisão bibliográfica sobre as características e a frequência
desta patologia, na literatura nacional e internacional.
Resultados/Discussão:
Durante o ano de 2007, no HSM, houve 85 episódios de urgência devido a
PSCR, que geraram um custo de 9010 €.
Verificou-se que houve 37 episódios de internamento / cirurgia devido a
PSCR, com um custo de 8364,19 €. Destes 37 episódios, houve 35 doentes
diferentes e 2 doentes foram internados/operados duas vezes. Através de
uma amostra das consultas externas de Ortopedia, calculou-se, com um grau
de confiança de 95%, que houve, entre 194 e 397 consultas de Ortopedia
devido a PSCR, e pode-se afirmar-se que os custos destas se encontram entre
17 686,98 € e 36 194,49 €.
Observou-se que ocorreram 50 consultas de MFR a 30 doentes
diferentes, significando isto que 20 doentes recorreram a esta consulta mais de
uma vez no mesmo ano. Dos 30 doentes consultados, 18 realizaram tratamento fisiátrico no Hospital. Os custos destes tratamentos e das consultas
de MFR foram de 10 976,80 €.
Foram feitas 49 consultas de Dor devido a PSCR, a 27 doentes
diferentes. Vinte e dois doentes recorreram a esta consulta mais do que 1 vez
nesse ano. Os custos destas consultas foram de 1 470,00 €.
Ao todo, pode afirmar-se, com um grau de confiança de 95%, que
ocorreram entre 416 e 619 episódios de PSCR no HSM. Estes, com um grau
de confiança de 95%, acarretaram custos totais entre 13 0488,84 € e
148 996,35 €.
Conclusões: Chegou-se à conclusão que, apesar de ser uma doença
altamente incapacitante e extrapolando as estatísticas internacionais de
prevalência para o distrito em análise, apenas uma minoria dos doentes com
PSCR está a ser acompanhada em termos médicos mais diferenciados na sua
doença. Os gastos directos que lhe são imputados são muito inferiores aos de
outras patologias com igual repercussão na qualidade de vida(9,17).