Author(s):
Silva, Daniela Patrícia Leitão
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/878
Origin: Ubi Thesis - Conhecimento Online
Subject(s): Acidente vascular cerebral; Acidente vascular cerebral isquémico; Acidente vascular cerebral hemorrágico; Acidente vascular cerebral - Factores de risco; Acidente vascular cerebral - Infecção
Description
Introdução: O papel da infecção aguda como factor de risco para Acidente
Vascular Cerebral tem sido objecto de discussão há já muitos anos, e vários
são os estudos que demonstram que a infecção na semana prévia, pode
precipitar enfartes isquémicos, em todos os grupos etários, com uma
prevalência que varia de 10-35%. Os estudos já realizados atribuem às
infecções respiratórias, particularmente bacterianas, uma função de gatilho
mais preponderante.
Objectivos: Este estudo teve como objectivo investigar uma possível
associação entre um AVC e infecções recentes, até uma semana antes do
evento vascular. A par disso, procurou também encontrar alguma relação com
algum grupo etário, com o tipo e subtipo de AVC, com a presença ou não de
factores de risco cardiovasculares, e com o desenvolvimento de complicações
durante o internamento, nesses doentes com infecção prévia. Também se
tentou averiguar se existiria algum tipo de infecção mais predominantemente
associado.
Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo durante os meses de
Novembro, Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010, na Unidade de Acidentes
Vasculares Cerebrais do Centro Hospitalar Cova da Beira, onde se incluíram
todos os doentes com AVC/AIT, aos quais foi realizado um pequeno
questionário para averiguar a história de infecção prévia. Na impossibilidade de
estes comunicarem foi um familiar quem respondeu ao questionário. Foram também analisados os processos clínicos dos doentes através do programa
SAMS.
A análise dos resultados foi feita no programa SPSS, versão 15.
Resultados: Dos 79 doentes que preenchiam os critérios de inclusão, 69 eram
AVC’s isquémicos e 10 eram do tipo Hemorrágico. A história de infecção foi
recolhida de 36 doentes, dos quais 14 assumem ter tido infecção, 8 de causa
bacteriana e 6 de causa viral, 10 com origem no tracto respiratório e 4 no tracto
urinário. São 22 os doentes que negam a presença de infecção previamente. A
média de idades nos doentes com infecção é de 77, 21 anos. Não foram
encontradas associações significativas entre a infecção e os parâmetros
analíticos de infecção, nem com os tipos e subtipos de AVC, nem com os
factores de risco cardiovasculares, nem com a presença de complicações no
internamento, com p sempre superior a 0,05.
Conclusão: Infecções agudas não parecem ter associação significativa com o
desencadear de um AVC e mais estudos serão necessários, com novas
abordagens, para verificar o papel de gatilho da infecção, que outros estudos já
demonstraram, e quiçá encontrar aqui novas abordagens para prevenção de
um AVC.