Author(s):
Pereira, Maria do Carmo Carvalho Monteiro Abreu
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/827
Origin: Ubi Thesis - Conhecimento Online
Subject(s): Trabalho de equipa - Cirurgia - Anestesia; Trabalho de equipa - Ambiente hospitalar; Trabalho de equipa - Ambiente hospitalar - Enfermagem; Trabalho de equipa - Ambiente hospitalar - Colaboração
Description
Introdução: O trabalho de equipa parece ser a lógica dominante das organizações de saúde com vista a aumentar a efectividade e melhorar os cuidados prestados ao doente. No entanto, a forma de estruturação das equipas e as componentes relacionais, dentro desta, parece ser, ainda, uma lacuna na literatura actual.
Objectivos: Aprofundar os conhecimentos acerca do trabalho de equipa e a dinâmica das equipas cirúrgicas. Analisar o ambiente do bloco operatório, percepcionando o tipo de relações estabelecidas entre os diferentes membros constituintes e a forma como estas relações influenciam a eficiência e ocorrência de erros dentro da equipa.
Métodos: Estudo prospectivo, transversal, utilizando duas abordagens distintas mas complementares: o acompanhamento (estudo observacional) de duas equipas cirúrgicas de instituições hospitalares portuguesas distintas; e a aplicação de um questionário de perguntas fechadas aos diferentes elementos de uma equipa cirúrgica.
Resultados: O bloco operatório é um sistema organizacional baseado numa lógica de in-puts, processos e out-puts, sendo que os profissionais integrantes do acto cirúrgico se agrupam como uma verdadeira equipa. Foram encontradas discrepâncias estruturais entre as duas equipas observadas, bem como diferenças organizacionais entre elas. A equipa estruturalmente fixa e especialista parece ter resultados mais eficientes, com actos cirúrgicos mais rápidos e mais complexos. Equipas Ad-hoc parecem demorar mais tempo em certos componentes do acto cirúrgico.
As equipas cirúrgicas parecem ser constituídas essencialmente por duas sub-equipas, uma representativa da área anestésica e outra da área cirúrgica.
Os diferentes membros da equipa cirúrgica mostraram ter um gosto especial em trabalhar em equipas menos numerosas e mais relacionadas, assim como mostraram preferir trabalhar sempre com a mesma equipa.
Mais de metade dos membros mostraram-se insatisfeitos com a colaboração entre médicos e enfermeiros, verificando-se a falta de existência de reuniões para discussão entre os diferentes membros, proporcionando uma falta de informação e avaliação dentro das equipas cirúrgicas.
Segundo a percepção dos diferentes profissionais, ambientes hostis potenciam a ocorrência de erro, sendo as dificuldades nos relacionamentos e a falta de comunicação entre os membros, os motivos mais mencionados pelas equipas.