Autor(es):
Cimbron, Miriam Borges
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.6/758
Origem: Ubi Thesis - Conhecimento Online
Assunto(s): Demência; Electroencefalografia - Demência; Doença de Alzheimer; Demência vascular
Descrição
Introdução: O aumento da esperança média de vida tem vindo a determinar
um envelhecimento populacional e com este surgiu um aumento da incidência de
doenças relacionadas com a velhice, como é exemplo a demência. As principais
causas de disfunção cognitiva são a DA, a DVS e a demência mista. Vários estudos
afirmam que a presença e a progressão das várias demências se relacionam com
alterações características do registo EEG. Assim, o objectivo deste trabalho é
verificar de que forma a EEG é importante no diagnóstico diferencial de demência
e avaliar se existem alterações EEG específicas de cada tipo de demência e a sua
relação com o grau de severidade das mesmas.
Materiais e métodos: Analisou-se o registo EEG de 45 pacientes
diagnosticados com disfunção cognitiva. Procedeu-se à correlação entre as
conclusões EEG, o tipo de demência (n=33) e o resultado da CDR e compararam-se
os resultados com uma população controle (n=13) sem disfunção cognitiva. Para o
tratamento estatístico recorreu-se ao SPSS Statistics 17.0® para Microsoft
Windows®.
Resultados: Para a amostra de 33 pacientes (69,7% do sexo feminino), com
uma idade média de 76.97 anos, na qual 13 pacientes apresentavam DA, 18
apresentavam DVS e 2 apresentavam demência mista, verificou-se que 15 (45,4%)
pacientes apresentavam uma frequência do ritmo dominante posterior <8 Hz e os
restantes 18 (54,5%) apresentaram frequência !8 Hz (actividade alfa). Nenhum
paciente apresentou actividade paroxística. 21 (63,6%) pacientes manifestaram presença de actividade lenta, sendo que treze destes manifestaram
predominantemente actividade delta e oito manifestaram actividade teta.
Dos 21 pacientes dementes que realizaram avaliação por CDR, seis (28.6%)
obtiveram CDR"1 e quinze (71.4%) obtiveram CDR>1 (9 pacientes apresentaram
CDR=2 e os restantes 6 apresentaram CDR=3).
Na população controle de 13 pacientes (76,9% do sexo feminino) com
idade média de 76,4 anos, verificou-se que 12 (92,3%) pacientes apresentavam
uma frequência do ritmo dominante posterior !8 Hz e apenas 1 paciente
apresentava uma frequência <8 Hz. Três pacientes manifestaram actividade lenta
da frequência de delta e dois manifestaram actividade teta. Nenhum paciente
apresentou actividade paroxística.
Constatou-se uma diferença estatisticamente significativa entre a presença
ou ausência de demência e a frequência do ritmo dominante posterior (#2=5,863;
p=0,015; teste de Fischer com p=0,018), com 15 pacientes com demência vs 1 sem
demência a apresentaram uma frequência <8 Hz.
Conclusão: Verifica-se que a presença de demência se relaciona de uma
forma geral com a lentificação do registo EEG, traduzida por uma frequência do
ritmo dominante posterior <8 Hz (actividade delta e teta) e por diminuição da
actividade alfa.