Author(s):
Oliveira, Catarina Andreia Ramos
Date: 2009
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/1011
Origin: Ubi Thesis - Conhecimento Online
Subject(s): Acidente vascular cerebral; Acidente vascular cerebral - Factores de risco; Acidente vascular cerebral isquémico; Acidente vascular cerebral hemorrágico; Enfarte; Epilepsia; Fármacos anti-epilépticos
Description
Introdução: Os Acidentes Vasculares Cerebrais são um grave problema de saúde
pública. Trata-se de uma doença súbita que tem sido reconhecida como um factor de
risco para o desenvolvimento de crises convulsivas e epilepsia secundária, identificada
como a causa mais frequente nos idosos. A maioria das convulsões ocorre nas primeiras
24h após o AVC. O objectivo do trabalho é determinar a frequência das crises nos
doentes internados com o diagnóstico de AVC agudo na U-AVC do CHCB e seu perfil.
Materiais e métodos: Estudo retrospectivo, do ano de 2008, por consulta de processos
clínicos dos doentes admitidos na U-AVC do CHCB, com o diagnóstico de AVC agudo
e que apresentaram crises após o AVC. Efectuou-se uma análise descritiva dos casos.
Resultados: Dos 257 doentes internados na U-AVC com diagnóstico confirmado de
AVC, foram presenciadas crises convulsivas em 6 doentes, 2 do sexo feminino e 4 do
sexo masculino, com uma frequência total de 2,33%. Os 6 doentes sofreram enfarte
isquémico, registando uma frequência de 2,91% relativamente a este grupo, sendo 4
deles de origem cardioembólica, um aterotrombótico e o restante de causa
indeterminada. Também 4 deles apresentaram localização cortico-subcortical e os
outros dois, subcortical. As crises apresentadas foram, na sua maioria, parciais simples,
e manifestaram-se nas primeiras 24h após o ingresso hospitalar. Exames de imagem de
controlo e EEG foram realizados em 3 dos doentes e todos eles foram tratados com
fármacos anti-epilépticos.
Discussão/conclusões: A frequência de convulsões pós AVC apresentada pelos doentes
admitidos na U-AVC está de acordo com alguns estudos, mas não com a maioria, que
sugerem a ocorrência de uma frequência superior, assim como o facto das crises estarem
descritas apenas em doentes que sofreram AVC isquémico, já que a maior parte dos
dados sugere que estas ocorrem mais frequentemente após AVCs hemorrágicos. Em
relação à localização, os enfartes afectaram tanto a zona cortical quanto a subcortical na
sua maioria, e tiveram como origem mais comum, a cardioembólica, o que está de
acordo com a literatura. Relativamente às crises convulsivas, estas manifestaram-se
mais por crises parciais simples, tendo sido tratadas com um FAE.