Autor(es):
Silva, Hélia Maria Alves da
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.1/367
Origem: Sapientia - Universidade do Algarve
Assunto(s): Teses; Adolescentes; Família; Resiliência; Relações familiares
Descrição
Dissertação mest., Psicologia da Educação, Universidade do Algarve, 2009 Motivados por estudos que investigam o desenvolvimento e promoção da Resiliência em jovens em idade escolar, pretendemos neste estudo analisar a Resiliência no percurso de vida dos jovens em diferentes contextos (familiar, escolar, comunidade e grupo de pares). Procurou-se ainda estudar a influência das relações familiares e do auto-conceito de competência no desenvolvimento dos traços de Resiliência destes jovens.
Para esse fim recorremos a um estudo por inquérito (questionário), através de três escalas: Escala de Resiliência – Healthy Kids Resilience Assessment Module (Constantine, Bernard, & Diaz, 1999; adaptado para a população portuguesa por Martins, 2002); Escala de Avaliação do Auto-conceito de Competência (Faria, & Santos, 1999) e a Escala de Percepção de Relação com a Família (Peixoto, 1999).
A amostra consistiu em 152 participantes com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos, de ambos os sexos, distribuídos por turmas de ensino regular (ER) e turmas de cursos de educação e formação (CEF).
Após a recolha e tratamento dos dados procedemos à análise dos resultados através de estatísticas descritivas dos factores das três escalas, comparação de valores médios e regressões múltiplas lineares em função de três critérios: sexo, tipo de ensino e existência ou não de reprovação de ano lectivo.
Verificámos que os factores de Resiliência são sensíveis e influenciados por características que se prendem com as relações interpessoais e afectivas que os jovens estabelecem com adultos em casa, na escola e na comunidade e com os seus grupos de pares. Particularmente, verificou-se por um lado que as expectativas dos adultos face aos jovens influenciam a Resiliência e a participação destes nas actividades da comunidade. Por outro lado, as relações afectivas dos jovens com os seus grupos de pares destacam-se como factor igualmente importante para o desenvolvimento dos traços resilientes.
Especificamente, observámos diferenças nas características da Resiliência dos jovens em função do sexo, tipo de ensino e existência ou não de reprovações. Neste sentido, os sujeitos do sexo feminino revelam-se mais resilientes que os do sexo masculino.
Verificámos igualmente que os sujeitos do ensino regular apresentam traços resilientes mais definidos que os alunos integrados em cursos de educação e formação. Por fim, pudemos constatar que um percurso académico sem reprovações escolares contribui para o x
desenvolvimento da Resiliência nos jovens estudantes. Em termos de percepção dos jovens da relação com a família, os nossos resultados sugerem que os jovens acreditam que os seus familiares reconhecem e aceitam as suas competências pessoais, sociais e académicas e sentem-se incentivados para a maturação e implementação dessas competências no seu percurso de vida.
Todavia os jovens não se auto-percepcionam como indivíduos suficientemente autónomos para assumir exclusiva responsabilidade dos seus percursos de vida, no sentido de possuírem suficientes competências para se confrontar com as mais diversas situações problemáticas.