Autor(es):
Nunes, Clotilde Rosa
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.1/2902
Origem: Sapientia - Universidade do Algarve
Assunto(s): Guerra Colonial; Cosmovisões; Polifonia; União; Ruína; Tempo; Espaço
Descrição
Dissertação de mest., Literatura (Literatura Portuguesa), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2010 Na presente Dissertação, ambiciona-se estudar o romance Autópsia de Um Mar de Ruínas, de João de Melo, narrativa que retrata – numa óptica autobiográfica – a aventura colonial em Angola. A narrativa apresenta-nos uma multiplicidade de personagens de origem negra e branca que participam nos combates, remetendo para uma dupla enunciação, pelo recurso à escrita polifónica, que se caracteriza na alternância de narradores africanos e portugueses.
Embora exista um ambiente conflituoso, o estudo pretende comprovar que as personagens de cada campo vivem a guerra de modo semelhante. Assim, o romance procura dar voz aos que foram silenciados, o que nos permite conhecer – através da interacção entre os actantes – as suas cosmovisões acerca do universo bélico.
Pelo estudo do estatuto das personagens, mas igualmente pela análise do tempo (passado, presente e futuro) e do espaço (angolano e português), tenta-se demonstrar que quer na sanzala, quer na caserna, a experiência colonial leva à destruição, à agonia e ao fim do Império. Porém, a Dissertação tenciona também chamar a atenção para o facto de que em Autópsia de Um Mar de Ruínas transparece uma vontade de acreditar num futuro mais próspero e libertador.