Author(s):
Luís, Fernando Fontes
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.1/1487
Origin: Sapientia - Universidade do Algarve
Subject(s): Burnout; Bem-estar no trabalho; Polícia; Estratégias de coping; Estilos de vida
Description
Dissertação de mest., Psicologia Clínica e da Saúde, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2011 O objectivo do presente estudo é avaliar a influência das variáveis sociodemográficas, estilos de vida, estratégias de coping e variáveis associadas ao contexto e organização do trabalho, no burnout e bem-estar no trabalho (BET) numa população (N=159) de polícias da PSP - Divisão Policial de Portimão. Por outro lado, pretende-se saber se estes polícias apresentam valores de burnout e BET superiores aos seus congéneres de outros países e a outros profissionais. Neste sentido delineamos um estudo exploratório, tendo por objectivo identificar e analisar os factores de burnout e BET e estabelecer uma relação entre as variáveis mencionadas.
Dos resultados obtidos evidenciam-se os seguintes aspectos: O trabalho em turnos nocturnos mostrou ser um preditor significativo em ambas as variáveis dependentes, influenciando positivamente o burnout e negativamente o BET. Os estilos de vida apresentam-se como o melhor preditor do burnout, influenciando positivamente a realização pessoal e negativamente a exaustão emocional e despersonalização. O coping centrado no controlo apresenta-se como o principal preditor da realização pessoal, influenciando positivamente esta variável. O coping centrado no escape apresenta uma influência positiva na exaustão emocional, e negativa em todas as dimensões do BET. Por último, o nosso modelo remete-nos, ainda, para uma influência negativa muito significativa do burnout nos valores de BET, nomeadamente através da exaustão emocional, explicando 36% da variância do total de BET. Porém, verificamos também o inverso, com o BET a exercer uma influência muito significativa no burnout, principalmente na exaustão emocional. De ressalvar, ainda, que os resultados indicam que as variáveis sociodemográficas (idade e estado civil) e as variáveis associadas ao contexto e organização do trabalho policial (tempo de serviço, actividade exercida, tempo nas funções e local de trabalho) influenciam quer os valores de burnout quer os valores de BET. Na presente investigação, cerca de 11% dos polícias preenchem os critérios de diagnóstico de burnout.