Author(s):
Brocardo, Maria Teresa
; Correia, Clara Nunes
Date: 2003
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/8006
Origin: Repositório Institucional da UNL
Description
Nos trabalhos em lingüística encontram-se recorrentemente análises que
incidem sobre formas verbais que, conjuntamente com o Sintagma Nominal
e ou com o Sintagma Preposicional, constituem entidades que se caracterizam
por mostrarem algumas formas de solidariedade, nomeadamente ao
nível da variação das marcas gramaticais que as constituem. Um caso paradigmático
destas ocorrências é o das expressões fixas (ou frases feitas) em
que é constmída uma unidade complexa sob o ponto de vista da sua estrutura
e do sentido, constituindo, até, uma unidade lexical (isto é, constitui uma
entrada de dicionário). São exemplos destes casos expressões como
dar fé, tomar conhecimento, fazer de conta....
Ao tomarmos como referência nesta comunicação o par ter paz /fazer
guerra pretendemos encontrar resposta às seguintes questões:
a) existe uma estrutura subjacente a estas seqüências que permita
entendê-las como predicados complexos?
b) a estabilidade dessas formas, hoje comummente aceite como
predicados complexos, encontra eco em textos de português medieval?
c) a variação possível na relação que as diferentes formas gramaticais
estabelecem na construção destas predicações (variação de tempo/aspecto no
verbo e variação de determinação no nome, por exemplo) alteram a predicação,
desfazendo o predicado complexo e passando o verbo a ser um verbo
pleno (isto é: fazer guerra terá ou não o mesmo valor (\ue fazer uma guerra,
fazer a guerra, fazer guerras)!