Author(s):
Lousada, Isabel
; Afonso, Maria João da Rocha
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/7333
Origin: Repositório Institucional da UNL
Subject(s): Shakespeare em Portugal; Vicente Carlos de Oliveira; Noites de Young; Lord Landsdowne; Teatro inglês; Manuela Delille
Description
No decurso de um processo de investigação, deparamo-nos por vezes com algumas
surpresas que, em alguns casos, vêm alterar de forma decisiva conhecimentos que
tínhamos por certos.
Era até há pouco tempo um facto consensualmente aceite que as primeiras referências
a Shakespeare na cultura portuguesa – excepção honrosa feita ao Padre Bernardo de
Lima (1762) – datavam do século XIX. Apesar da apresentação da ópera de Zingarelli
em S. Carlos em 1798 (cf. Benevides, 1883 e Carvalho, 1993), Shakespeare não
despertou grande interesse nos autores e tradutores portugueses antes da segunda
década de oitocentos. Estudos de, entre outros, Carlos Estorninho (1964), Maria do
Céu Saraiva Jorge (1951) e Jorge Bastos da Silva (2000 e 2005) repetem-no.1
No entanto, há cerca de três anos, num período de trabalho no Centro de Estudos
Anglo-Portugueses, a Doutora Isabel Lousada identificou uma carta do poeta Edward
Young, incluída no volume que inclui as traduções de duas peças deste autor, onde,
de acordo com o cabeçalho, existe “HUM DISCURSO DO AUTHOR Sobre o Theatro
Inglez, comparado com o Theatro Francez”, em que se verifica uma referência a
Shakespeare. Amavelmente, e sabendo do meu interesse pela recepção da obra deste
autor em Portugal, a Doutora Isabel Lousada fez-me chegar o texto às mãos.
Por coincidência, no dia em que tal aconteceu, esteve no CEAP [Centro de Estudos
Anglo-Portugueses]2 a Professora Maria Manuela Delille que, posta ao corrente do
título da Epístula, achou de interesse que o texto fosse estudado. É por isso que
julgamos pertinente, agora que se pretende um volume de homenagem à Professora,
apresentar em co-autoria uma primeira abordagem ao trabalho que então discutimos.