Autor(es):
Lousada, Isabel
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/6936
Origem: Repositório Institucional da UNL
Assunto(s): Feminismo em Portugal; Sufrágio feminino; Adelaide Cabete; Carolina Beatriz Ângelo; Mulher; Poder
Descrição
XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura A vida de Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911) é capaz de corporizar, na íntegra, o lema deste congresso: «Mulher, Palavra e Poder». No dia 3 de
Maio de 1911, ao longo da entrevista concedida ao jornal O Tempo, revela-se
uma mulher convicta na plena maturidade da sua acção feminista, como a
epígrafe escolhida deixa saber. As palavras registadas são impressas numa
época de grande turbulência no seio da sociedade portuguesa em geral,
e no do movimento sufragista liderado por Beatriz Ângelo, em particular.
Pouco dias antes desta entrevista, havia sido publicada a sentença favorável
proferida pelo juiz da 1ª Vara Cível de Lisboa, João Baptista de Castro
[pai da notável escritora Ana de Castro Osório (1872-1935)], pela qual se
deixava saber ter sido mandado incluir o nome de Carolina nos cadernos
eleitorais. Durante este período, o poder da palavra nunca foi subestimado
pelas defensoras do voto feminino. Aliás, o nome da Associação de
Propaganda Feminista (APF, 1911-1918) disso mesmo dá conta, pela intensa
propaganda que levou a cabo, onde fez uso constante da palavra, dita e
escrita, como eficaz instrumento de militância. Outras organizações de
militância feminina fizeram-no igualmente, como a Liga Republicana das
Mulheres Portuguesas (LRMP, 1908-1919), que congregou Carolina Beatriz
Ângelo, Adelaide Cabete, Ana de Castro Osório e Maria Veleda, entre muitas
outras feministas.3