Autor(es):
Simão, Susana Sequeira
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/6308
Origem: Repositório Institucional da UNL
Assunto(s): Lamas; Indústria de celulose; Biomassa florestal; Combustão; Leito fluidizado
Descrição
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre
Energia e Bioenergia Em Portugal, no sector da indústria de pasta e papel são produzidas em média, cerca de 300
mil toneladas/ano (matéria húmida) de lamas. O recurso à prática de procedimentos
adequados e sustentáveis de gestão destes resíduos, garante a redução de custos, o aumento da vida útil dos aterros industriais, a redução das fragilidades potenciais dos passivos ambientais e maiores garantias de cumprimento das exigências legais.
Face às outras alternativas de gestão, a combustão, como destino final das lamas, surge como uma alternativa atractiva e apresenta, as seguintes vantagens:
Possibilidade de aproveitamento de energia por recuperação do calor da combustão;
Redução do volume final de material a tratar (cinzas), baixando consequentemente os
custos de manuseamento, preparação e transporte das lamas;
Destruição dos compostos orgânicos.
O presente trabalho teve como principal objectivo a verificação da viabilidade técnica da valorização energética de lamas resultantes do processo de produção de pasta e papel,através da sua co-combustão com resíduos florestais, os quais são normalmente incinerados neste tipo de indústrias, em caldeiras de leito fluidizado, para produção de energia.
Para tal, foram realizados quatro ensaios de combustão de biomassa numa caldeira de leito
fluidizado borbulhante, à escala piloto com incorporação de percentagens mássicas variáveis de lamas: 100% de biomassa; 100% biomassa com 20% de lamas secundárias; 80% de
biomassa com 10% de lamas primárias e 10% de lamas secundárias; e 90% de biomassa com
5% de lamas primárias e 5% de lamas secundárias.
Verificou-se que a incorporação de lamas primárias e secundárias parece não ter afectado significativamente o valor da eficiência de conversão de combustível a qual ficou acima dos 99% em todos os ensaios.
Face aos resultados obtidos verificou-se que a incorporação de lamas no processo de
combustão de biomassa, em percentagens baixas (5-10% m/m) pareceu não afectar
significativamente a qualidade das cinzas resultantes e dos efluentes atmosféricos. Para os lixiviados obtidos registaram-se algumas variações significativas, destacando-se a ecotoxicidade identificada nos lixiviados das cinzas do 1º e do 2º ciclone, resultantes dos ensaios realizados com lamas primárias.