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O que é o interface? Da entificação á identificação do interface enquanto compl...

Autor(es): Sá, Cristina Fernandes Alves de cv logo 1

Data: 2010

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/5582

Origem: Repositório Institucional da UNL

Assunto(s): Interface; Interacção; Design de Interfaces; Cultura Digital; Artes Digitais; Teoria dos Media


Descrição
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Comunicação Neste estudo sobre o interface, desenvolve-se um quadro crítico a partir do qual se podem recortar diversas facetas deste elemento do real. Explora-se a condição de interface, reconhecendo-lhe a sua dimensão relacional, mas constituindo-o como uma entidade em si e identificando-o como um mediador de acessos controlados. O objectivo central desta dissertação é contribuir para a definição de interface, expondo directamente o que “é” e não apenas o que “faz”. Coloca-se o foco de atenção sobre este operador de passagens diversas, cuja presença em contextos distintos implica um estudo transversal e multidisciplinar. A entificação do interface passa pela sua inscrição no espaço-tempo e pela atribuição de uma substância constitutiva capaz de lhe conferir uma consistência dinâmica adequada. Esta inscrição espaciotemporal liga-o à noção de experiência e, consequentemente, à de mediação, não apenas como suporte teórico, mas também em termos práticos. Escolhe-se o interface entre o homem e o computador como paradigma para este estudo, usando-o como porta de entrada para a cultura digital, onde a questão da presença/superação do interface é central e define o aparelhamento da subjectividade, a matematização da imagem e a expressão criativa das artes digitais: mais próximas do virtual (código programado), ou mais próximas do actual (design de interfaces). Do trabalho de entificação resulta que o interface é um espaço de vibração e de passagem, um espaço n-dimensional, limitado pelos sistemas que coloca em relação. Entende-se a sua dimensão temporal como iterativa, de conciliação rítmica e de eventual sincronização inter-sistemas. A matéria plástica confere-lhe a capacidade de moldagem dinâmica e a possibilidade de acolher heterogeneidades (por encapsulamento) sem prejuízo da sua unidade. A identificação da entidade-interface como complexo mediador baseia-se nas estratégias e possibilidades abertas pela imediação e hipermediação enquanto movimentos contraditórios indissociáveis. Conclui-se que o interface, enquanto processo mediador, deverá oscilar entre a transparência (associada à imediação) e a opacidade (associada à hipermediação), existindo de uma e outra forma à vez – comutativamente. Na presente cultura digital, o interface invade os territórios da subjectividade, da imagem e da arte, introduzindo-lhes uma matriz de sintetização heterogénea por encapsulamento da sua condição técnica. Ele perpassa o sujeito, refundando o conceito de fronteira como complexo aberto a várias ligações. Ele perpassa a sociabilidade, reformulando o sentido comunitário pela desmultiplicação das membranas étnicas. Ele promove uma leitura da imagem como complexo sensível/inteligível, inaugurando uma visualização híbrida no seu modo, e recorrente no seu processo. Finalmente, ele constitui-se como o modo de acesso à obra de arte, como território de passagens moldáveis, deslocando a noção de obra e de espaço de intervenção do artista. Pelo exposto, entende-se que a contribuição principal desta dissertação é a criação de um quadro de envolvência teórica a partir do qual se pode pensar o interface, não apenas em termos de mediação, conforme foi adiantado neste estudo, mas pelos contornos que as reflexões futuras exijam. Paralelamente, a presente investigação abre caminhos de exploração prática e empírica em diversas áreas, nomeadamente no design de interfaces e nas artes digitais.
Tipo de Documento Tese de Doutoramento
Idioma Português
Orientador(es) Cruz, Maria Teresa
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