Autor(es):
Lopes, Tiago Miguel Poças
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/5014
Origem: Repositório Institucional da UNL
Descrição
Dissertação apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente,perfil Gestão e Sistemas Ambientais Cerca de 35% da população em Portugal não dispõe de condições para manter o aquecimento adequado na sua habitação. Juntamente com este facto,a dependência energética que o país apresenta e a tendência de aumento das necessidades de energia para satisfazer os padrões de conforto nas habitações surge como as grandes problemáticas do presente século. Assim a reabilitação energética aparece como uma das vias mais promissoras para a correcção de situações de inadequação funcional, proporcionando a melhoria da qualidade térmica e das condições de conforto dos seus habitantes, ao mesmo tempo que diminui os consumos energéticos.
O objectivo central desta dissertação é caracterizar o parque habitacional
português e as necessidades existentes ao nível da climatização. Esta caracterização foi realizada utilizando a metodologia definida no RCCTE,cruzada com estatísticas da construção e habitação para estimar as
necessidades energéticas em climatização do parque habitacional.
Através deste estudo, foi possível verificar que o parque habitacional português apresenta mau desempenho térmico. É, na sua maior parte, constituído por edifícios energívoros, muito dependentes da climatização activa para garantir o conforto térmico interior, mostrando-se principalmente
preocupante a situação de Inverno.
A amostra do parque edificado estudado (construção até 2001) apresenta maior frequência de classes de eficiência energética ineficientes, com 35% de classe energética C, 22% de classe B- e D, 6% de classe E, sendo as restantes vestigiais.
Para avaliar o potencial de melhoria, simulou-se a aplicação de medidas de
reabilitação. Estas mostraram-se eficazes na redução dos consumos de energia para climatização permitindo poupanças na ordem dos 690 M€/ano e reduções na ordem dos 27% do consumo energético das famílias em
climatização e das correspondentes emissões.
Apesar do elevado investimento necessário que as famílias terão que comportar, os incentivos fiscais e o necessário aumento do preço da electricidade poderão revelar-se boas ferramentas para estimular a reabilitação energética do parque habitacional português.