Autor(es):
Carmo, Miguel Mota
; Rendas, António Bensabat
; Ferreira, Teresa
; Lousada, Nuno
; Bárbara, Cristina
; Correia, J. Martins
; Neves, Paulo Roxo
Data: 1994
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/3331
Origem: Repositório Institucional da UNL
Assunto(s): Estase Pulmonar; Insuficiência Cardíca Esquerda; Estenose Mitral; Espirometria; Volumes e Capacidades Pulmonares
Descrição
Revista Portuguesa de Cardiologia, 1994, 13(10): 763-768. Objectivo: Avaliar as repercussões da estase
pulmonar sobre a função pulmonar.
Concepção do estudo: Estudo prospectivo executado em doentes com falência ventricular esquerda ou estenose valvular mitral.
Material e métodos: Estudaram-se 48 doentes
internados por estase pulmonar resultante de
falência ventricular esquerda ou barragem mitral.
Todos os doentes foram submetidos durante o
internamento a exame termodinâmico com catéter de Swan-Ganz e exame ecocardiográfico 48 horas antes das provas funcionais respiratórias,compostas por espirometria com débitos, volumes e capacidades pelo método da diluição de
hélio, bem como caracterização da incapacidade funcional com o questionário do Medical Research Council e a classificação da NYHA.
Correlacionaram-se os dados espirométricos
com os dados clínicos.
Resultados: Do ponto de vista cardiológico, os doentes apresentavam uma «pressão capilar pulmonar» média de 19,9 ± 8,6 mmHg, um índice cardíaco de 2,5±0,8 l/mln/m", uma dimensão telediastólica do ventrículo esquerdo de 65,9 ±10,1mm e uma telessistólica de 51,2 ± 12,2 mm com uma fracção de encurtamento de 21,8 ±9,5 %. Espirometricamente, apresentavam uma
síndrome restritiva caracterizada por uma diminuição da capacidage pulmonar total de 71±14,4% do valor previsto (%vp), uma capacidade vital forçada de 69,8±20,5 % vp, um volume expiratório máximo no primeiro segundo de 64±21,8 %vp, com uma relação VEMS/CVF normal de 72,7±9,7%. Estes dados não se correlacionaram com os dados clínicos nem com os dados hemodinâmicos ou ecocardiográficos.
Conclusão: Neste grupo de doentes, a estase
pulmonar tem como consequência uma síndroma
restritiva pulmonar, sendo a sua gravidade
independente da duração da doença, do
valor da «pressão capilar pulmonar» ou da função ventricular esquerda.