Autor(es):
Borges, José Pedro de Aboim
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/11868
Origem: Repositório Institucional da UNL
Assunto(s): Património; Fotografia; Românico; Edição; Revista
Descrição
Tese
apresentada
para
cumprimento
dos
requisitos
necessários
à
obtenção
do
grau
de
Doutor
em
História
da
Arte
Contemporânea Este estudo pretende esclarecer o papel que José Antunes Marques Abreu
teve na divulgação do património monumental, com particular incidência no
românico, e na sua defesa e preservação.
Entre 1898 e 1954 travou um longa luta que se espelhou nos diferentes
projectos editoriais que construiu, desdobrados em revistas e monografias onde, à
qualidade dos textos e dos autores se associou a fotografia. A sua actividade de
fotogravador permitiu-lhe um controle absoluto das provas tipográficas e
fotográficas, maioritariamente suas, o que garantia uma qualidade inexcedível das
edições.
Agregou à sua volta um grupo de individualidades e de investigadores que
utilizavam as suas edições como plataforma para a defesa e divulgação desse
património monumental nacional, e fortemente empenhados no apoio dado a
governantes e funcionários que tutelavam esta área.
Inova na abordagem fotográfica, privilegiando os detalhes, numa
fragmentação da massa arquitectónica, que lhe permitirá a reconstrução e o estudo,
pormenorizado, da arquitectura românica, numa primeira fase, estendendo-se a
outros períodos da história da arte.
Mas será S. Pedro de Lourosa que merecerá a sua maior atenção e a sua
dedicação, num trabalho desvelado de sumarização fotográfica dos trabalhos de
restauro, historiando-o numa continuidade onde a fotografia terá um protagonismo
e proporcionará uma fundamentação científica, detectável na forma como
reconstrói, recorrendo, inconscientemente, a técnicas oriundas do cinema. A
continuidade temporal é entrecortada com flashbacks e flash-forwards, isto é,
integrando momentos do antes, do depois e do durante, numa permanente viagem
temporal que permitiria o visionamento integral do restauro, com um número
suficiente de fotografias. Este ‘plano’ é inovador e percursor no universo da
política de restauro portuguesa, tendo sido adoptado pela DGEMN na elaboração
do seu Boletim, meio oficial do seu trabalho.
Este estudo foi possível pelo acesso ao seu espólio, privado, de abundante
documentação epistolar e técnica, fundamental para as conclusões a que chegámos.