Autor(es):
Silva, Raquel Henriques da
Data: 1997
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10362/11507
Origem: Repositório Institucional da UNL
Assunto(s): Urbanismo; Arquitectura; Lisboa (Portugal)
Descrição
Dissertação para obtenção do grau de Doutor em Historia da Arte As datas escolhidas, para balizar esta dissertação sobre um século de urbanismo
e arquitectura em Lisboa, citam duas rupturas fundamentais: a primeira. o afastamento
do Marquês de Pombal, no ano da ascensão ao trono da senhora D. Maria I, a
segunda, a nomeação de Frederico Ressano Garcia, como engenheiro-chefe da
Repartição Técnica da Câmara Municipal.
Estes dois homens tiveram poderes muito diferenciados: um governou o País
durante mais de vinte anos com mão de ferro, o outro, embora tenha sido ministro do
Partido Progressista, foi sobretudo um técnico cuja acção política, em termos
nacionais, não teve especial relevância.
Mas em relação ao meu objecto de trabalho, o Marquês de Pombal e Ressano
Garcia tiveram em comum a paixão, a capacidade de mando, a clara ideia de fundarem
a Lisboa moderna. Depois deles, emergeria, já próximo do nosso tempo, a figura,
incontornável também, de Duarte Pacheco, dinamizador de um terceiro ciclo
desenvolvimentista que, nos seus referentes urbanísticos, se situa em continuidade
orgânica com as opções setecentistas de Manuel da Maia para a Baixa e com o
projecto, empiricamente haussmanniano, de Ressano Garcia para as Avenidas Novas.
A cidade que habitamos é, em grande parte, resultante destes três períodos,
intensos e esclarecidos, tanto em relação aos valores positivos do efectivamente feito,
como em relação às falhas não preenchidas que só no domínio da utopia chegaram a
ser abordadas.