Autor(es):
Mesquita, Susana Maria Vasconcelos
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10773/8113
Origem: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro
Assunto(s): Museus - Europa; Acessibilidade para deficientes; Deficientes visuais; Espaço público
Descrição
As pessoas portadoras de deficiência (física, auditiva, mental ou visual) têm as
mesmas necessidades e desejos de participar e praticar turismo que o público
dito normal. No entanto, esta tarefa, representa para este grupo um desafio
acrescido, já que a nossa sociedade está pensada para a maioria das
pessoas, que não são portadoras destas deficiências. Num mundo com
imensos estímulos visuais existe necessidade de implementar estratégias que
permitam às pessoas com deficiência visual usufruírem, através de
experiências tácteis, auditivas, olfativas e gustativas do mundo em que se
inserem. A necessidade de eliminar as barreiras arquitetónicas, sensoriais e
sobretudo as barreiras sociais adquire assim uma importância acrescida como
meio de fomentar a integração deste público. Os museus, recursos essenciais
para a difusão da cultura, aparecem com um papel relevante como meio de
inclusão social deste grupo.
O principal objetivo desta dissertação é analisar a implementação de
estratégias para a melhoria da acessibilidade dos museus para os portadores
de deficiências visuais ao nível de museus de diferentes capitais europeias -
Lisboa, Londres, Paris e Madrid. Para isso, foram identicadas, através da
revisão da literatura, as estratégias para melhorar a acessibilidade nos
museus, quer ao nível do seu espaço exterior e interior, quer da acessibilidade
à interpretação. Posteriormente, procurou-se verificar se as estratégias
identificadas tinham sido implementadas pelos museus das quatro capitais
europeias recorrendo a um questionário realizado aos responsáveis pela
acessibilidade nos museus e à observação dos museus selecionados.
Observou-se que existem ainda muitas carências ao nível da criação de
condições necessárias para que as pessoas portadoras de deficiências visuais
possam usufruir da visita aos museus analisados. Constatou-se que, no geral,
as estratégias direcionadas para o público em geral já estão a ser
implementadas na maioria dos espaços visitados. As estratégias específicas
para este público com deficiências visuais começam agora a fazer parte das
preocupações dos responsáveis por muitos dos museus analisados. No que
diz respeito às estratégias para melhorar o acesso à interpretação, verificou-se
que o recurso às publicações em macro carateres e Braille são as mais
utilizadas nos museus visitados. Do estudo realizado concluiu-se que Paris e
Londres são as capitais em que a preocupação com o público portador de
deficiências visuais está mais presente. People with any type of disability (physical, hearing, mental or visual) feel the
same urge and need to enjoy cultural tourism as any other. Nevertheless, this
task presents itself as challenging due to the fact that our society is designed
for people who are not disabled. Thus the need to overcome architectural,
sens-es-related and mainly social barriers emerges as fundamental to promote
the full integration of this group of people. In this context, museums appear as
a key element in spreading culture thereby fostering social inclusion. I chose to
focus my work on the particular group of visually impaired people.
In a primarily visual world it is utterly important to provide alternative
experiences to visually impaired people – through touch, audio, smell and taste
– that enable them to perceive and experience the world they live in.
In a mainstream society which was designed for majorities it is of vital importance
to endow tourism with means that enable access to culture to this particular
group. In this context the term accessible tourism appears as a process
allowing impaired and elderly people to regain their equity and dignity in the
use of products, services and universal tourism environments such as
museums.
This work has as major aim the analysis of the implementation of strategies to
improve visually impaired people’s accessibility to museums in four different
European capitals, namely Lisbon, London, Paris and Madrid. In order to accomplish
that, and by reviewing the available literature, some strategies were
identified aiming the improvement of the museums’ accessibility (both in terms
of its’ indoors and outdoors) as well as the accessibility to interpretation.
Consequently, the implementation of these strategies was analyzed through a
semi structured questionnaire (sent through regular mail and e-mail to people in
charge of accessibility in museums) and through in loco observation of the
existence or non existence of these strategies in the museums I have visited.
We found that there is still much to be done to create the necessary conditions
for visually impaired people to be able to fully enjoy the analyzed museums.
Generally speaking the strategies that were designed for general audiences are
being carried out in most of the observed spaces. Specific strategies targeted
for the particular group of those who are visually impaired are know starting to
be acknowledged as a cause of concern by those who are responsible for
several of these facilities. Regarding strategies for improving access to
interpretation, publications in macro characters and Braille are the most used
resources in the visited museums. In the carried out study, Paris and London
present themselves as the capitals in which the concern with the visually
impaired is the most evident. Mestrado em Gestão e Planeamento em Turismo