Autor(es):
Ferreira, José Manuel da Rocha
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10773/7695
Origem: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro
Assunto(s): Economia portuguesa; Competitividade internacional; Crise económica; Desenvolvimento económico
Descrição
A actual crise económica que Portugal enfrenta é o resultado do acumular de
excessos públicos e privados financiados até então com dívida,
essencialmente, externa. Este nível de endividamento assume maior
representatividade pelo facto de não ter sido compensado por um crescimento
económico igualmente proporcional. Portanto, é vital fomentar o crescimento
económico futuro, não só para reduzir o peso da dívida, mas também para
uma maior sustentabilidade financeira. Assim, a primeira questão que se
coloca é: como que se potencia o crescimento económico? Uma das formas
de o conseguir é seguramente através do aumento da competitividade.
A competitividade, num âmbito geral, é essencial não só para o aumento das
exportações e crescimento das empresas, mas também para a atractividade
de investimento, para a criação de emprego, e para um maior bem-estar social
de um país. Desta forma, a principal motivação desta dissertação foi analisar e
identificar que factores contribuíram para a deterioração da competitividade e
condicionaram o progresso da economia portuguesa nos últimos 15 anos. Para
tal, efectuou-se uma análise evolutiva de variáveis sustentadas pela literatura
como determinantes da competitividade externa. Posteriormente, procedeu-se
a estimações pelo método dos Mínimos Quadrados Ordinários para analisar
que variáveis influenciaram a deterioração do défice externo e da
competitividade externa portuguesa nos períodos considerados, pois a
persistência de elevados défices externos é suportada pela literatura como o
indicador mais evidente de perda de competitividade externa e de
desequilíbrios macroeconómicos a longo-prazo. Os resultados obtidos nas
estimações permitem concluir que, nos períodos analisados, o preço do
petróleo, o efeito Balassa-Samuelson e a taxa de câmbio real deflacionada
pelos custos unitários do trabalho possuem uma relação negativa com o saldo
da balança de conta corrente, ou seja, um aumento destas variáveis contribuiu
para um agravamento do défice externo, e, assim, para a deterioração da
competitividade externa. Inversamente, as variáveis crédito ao sector privado
não-financeiro e flexibilidade salarial possuem uma relação positiva com o
saldo da balança de conta corrente, ou seja, uma deterioração destas variáveis
contribuiu para o agravamento do défice externo e da competitividade externa. The current economic crisis that Portugal is facing is the result of the
accumulation of public and private imbalances that were mainly supported by
external debt. This level of indebtedness becomes even more alarming and
unsustainable because it has not been offset by an equally proportional
economic growth. It is therefore essential to promote future economic growth,
not only to reduce the debt burden, but also to ensure financial sustainability.
Therefore, the first question that arises is how to enhance economic growth?
One way to achieve this is certainly through improving external
competitiveness. Competitiveness, in a general context, is essential not only to
increase exports and enterprise’s growth, but also to enhance the
attractiveness of investment, job creation, and thus to a more sustainable
economic welfare of a country . Thus, the main motivation of this dissertation is
to analyze and identify factors that contributed to the deterioration of
competitiveness and conditioned the progress of the Portuguese economy in
the last 15 years.
With this purpose was made an evolutive analysis in order to verify a series of
variables supported by the literature as determinants of external
competitiveness. Afterwards, we proceeded to estimates through the method of
Ordinary Least Squares in order to analyze variables that influenced the
deterioration of Portugal’s external deficit and external competitiveness. Once
the persistence of high levels of external deficits is supported by the literature
as the most obvious indicator of loss of external competitiveness and
macroeconomic imbalances unsustainable in the long term. From the results
obtained in the estimations we conclude that in the periods analyzed oil prices,
Balassa-Samuelson effect and the real effective exchange rate deflated by unit
labor costs have a negative relationship with the current account balance, i.e.,
an increase in these variables contributed to a higher external deficit, and thus
to the deterioration of external competitiveness. On the other hand, the
variables credit to the private sector and wage flexibility have a positive
relationship with the current account balance, i.e., a deterioration of these
variables contributed to higher external deficits and external competitiveness
deterioration. Mestrado em Economia