Autor(es):
Pereira, António Manuel de Bastos
Data: 2006
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10773/2549
Origem: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro
Assunto(s): Engenharia mecânica; Compósitos com matriz polimérica; Materiais compósitos laminados; Fractura (materiais)
Descrição
Os compósitos de matriz polimérica são actualmente utilizados num vasto
campo de sectores de actividade, que vão desde a electrónica de grande
consumo até às indústrias aeronáutica e espacial. Apesar dos progressos
conseguidos, subsistem alguns obstáculos à generalização das aplicações
estruturais de compósitos, associados aos elevados custos dos materiais e à
complexidade do comportamento mecânico. Na realidade, devido a lacunas no
conhecimento dos mecanismos de dano e de ruína, há um enorme potencial
de optimização de estruturas compósitas.
Um dos modos de dano mais perigoso dos laminados compósitos de alto
desempenho é a delaminagem. Após inúmeros estudos publicados, estão
disponíveis normas que permitem caracterizar a resistência à delaminagem de
compósitos unidireccionais. Porém, na grande maioria das aplicações
estruturais usam-se laminados multidireccionais e as delaminagens tendem a
formar-se entre camadas de diferentes orientações. O objectivo principal deste
trabalho foi por isso caracterizar a resistência à delaminagem de laminados
multidireccionais, nomeadamente avaliar a influência da orientação das
camadas adjacentes à delaminagem.
Atendendo à importância prática das solicitações e dos materiais, foram
realizados ensaios de modo I “double cantilever beam” (DCB), de modo II
“end-notched flexure” (ENF) e de modo misto I+II “mixed mode bending”
(MMB), em provetes vidro/epóxido e carbono/epóxido. Os provetes escolhidos
tinham interfaces de delaminagem dos tipos 0/θ e θ/−θ, sendo θ variável entre
0 e 90 graus. A componente experimental foi amplamente suportada por
modelação tridimensional com elementos finitos.
Os resultados mostraram ser possível evitar fenómenos espúrios de dano
intralaminar em ensaios de modo II. Todavia, em modo I, foi frequentemente
possível medir apenas taxas críticas de libertação de energia, GIc, de iniciação.
Por outro lado, verificou-se que à interface 0/0 corresponderam geralmente os
menores valores de GIc e GIIc, e que a interface de delaminagem afectou mais
esta última. Finalmente, em modo misto I+II, Gc variou de forma
aproximadamente linear com a fracção de modo II, GII/G, embora se tenha
constatado alguma ambiguidade na partição de modos em provetes
carbono/epóxido.
ABSTRACT: Polymer matrix composites are nowadays widely used in a vast range of
applications, from consumer electronics to aircraft and aerospace industries.
However, in spite of the enormous progress, the spreading of structural
applications still faces obstacles associated to high material costs and complex
mechanical behaviour. In fact, the present unability to master composite
damage mechanics leaves an enormous potential for optimization of composite
structures.
Delamination is considered one of the most dangerous damage modes of high
performance laminated composites. Following numerous published studies,
standards are currently available for the measurement of the delamination
resistance of unidirectional laminates. However, the vast majority of structural
applications involves multidirectional laminates and delaminations are seen to
occur between differently oriented plies. The main objective of this work was
therefore to characterise the delamination resistance of multidirectional
laminates. The emphasis was on evaluating the effect of the orientation of
delaminating plies on toughness.
In view of the practical importance of the loadings and materials, mode I
“double cantilever beam” (DCB), mode II “end-notched flexure” (ENF) and
mixed-mode I+II “mixed mode bending” (MMB) tests were performed on
glass/epoxy and carbon/epoxy laminates. Selected specimens had
delaminations in 0/θ and θ/−θ type interfaces, θ varying between 0 and 90
degrees. The experimental component was supported by extensive threedimensional
finite element modelling.
The results showed it was possible to avoid spurious intraply damage
phenomena in mode II tests. However, it was frequently only possible to
measure mode I critical strain energy release rates, GIc, for initiation. On the
other hand, it was seen that the 0/0 interface had the lowest GIc and GIIc values.
Moreover, the latter was more sensitive to the delamination interface. Finally,
under mixed-mode I+II, Gc varied quasi linearly with the mode II ratio, GII/G,
although there was some mode partitioning ambiguity in carbon/epoxy
specimens.