Autor(es):
Fernandes, Luísa Alexandra Varela
Data: 2008
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10773/1583
Origem: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro
Assunto(s): Economia internacional; Países em desenvolvimento; Desenvolvimento económico; Desenvolvimento industrial; Indústria de alta tecnologia
Descrição
O objectivo do presente trabalho é testar a hipótese de que considerar os
países em desenvolvimento como reais exportadores de produtos de alta
tecnologia pode ser apenas o resultado de um artefacto estatístico, através de
um novo olhar sobre os dados.
O presente trabalho visa complementar estudos realizados anteriormente
através da análise dos dados mais recentes e comparáveis, de forma a captar
uma perspectiva evolutiva do comércio internacional e, especificamente, a
performance do mundo em desenvolvimento no que concerne as exportações
de alta tecnologia. O estudo é principalmente empírico e baseado nos dados
disponíveis no International Trade Centre, UNCTAD/WTO, extraídos da base
de dados COMTRADE. Os dados estão disponíveis para 169 países e para o
período 2001-2005.
A análise não rejeita ou contesta totalmente a hipótese de artefacto estatístico.
Quatro tendências principais são identificadas: os países em desenvolvimento
continuam a melhorar a sua competitividade em termos de (1) exportações de
produtos manufacturados em geral e (2) exportações de alta tecnologia em
particular, ganhando terreno em relação aos países desenvolvidos; (3) os
países em desenvolvimento estão também a importar alta tecnologia em
grande escala e uma quarta conclusão incide sobre a (4) heterogeneidade
entre as economias em desenvolvimento. A China Índia, México, Malásia ou
Hungria parecem estar a desenvolver as suas capacidades locais. Contudo, os
restantes países têm ainda um grande caminho a percorrer. Até as Filipinas e
a Tailândia, que sugeriam ser economias promissoras nos anos 90, parecem
não ter desenvolvido as suas capacidades substancialmente. Enquanto que os
países desenvolvidos estão profundamente preocupados com a concorrência
emergente de economias em desenvolvimento, estas últimas devem focar-se
na promoção e desenvolvimento das suas competências internas. Os desafios
são claramente diferentes entre eles.
ABSTRACT: The purpose of this work is to test the hypothesis that to consider developing
countries as high tech exporters may be just the result of a statistical artifact, by
taking a new look into the data.
The present work intends to contribute to the existing literature by analysing the
most recent and comparable data in order to capture an evolutionary
perspective of the world trade and, specifically, the developing world
performance concerning high tech manufacturing exports. The study is mainly
empirical and based on the data from the International Trade Centre,
UNTACD/WTO extracted from the COMTRADE database. The data is
available for 169 countries and for the period 2000-2005.
The analysis cannot reject or contest fully the statistical artifact hypothesis. It
also identifies four main trends in the trade data: developing countries continue
to improve its competitiveness in terms of the (1) manufacturing exports in
general and (2) regarding high-tech exports in particular, clearly catching-up
developed economies; (3) developing countries are also importing high tech in
great scale, and a fourth conclusion from our analysis relies on (4) the
heterogeneity among developing economies. China, India, Mexico, Malaysia or
Hungary, do seem to be developing local skills. The remaining developing
countries have a long way to trace. Even Philippines and Thailand that
appeared to be very promising economies in the 1990’s, do not seem to have
developed their technological capabilities substantially. While developed
countries are deeply concerned with the competition emerging from developing
economies, the latter must emphasize the promotion and upgrading of their
own internal skills. The challenges are clearly different among them. Mestrado em Economia