Autor(es):
Oliveira, Jorge Manuel da Costa
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10773/11535
Origem: RIA - Repositório Institucional da Universidade de Aveiro
Assunto(s): Psicologia do trabalho; Produtividade do trabalho; Pessoal de saúde; Pessoal de educação; Formação profissional; Processos cognitivos
Descrição
O presente trabalho pretende caracterizar a associação existente entre a
função cognitiva executiva e a capacidade para o trabalho em profissionais de
saúde (médicos e enfermeiros) e profissionais de educação (professores). A
função cognitiva executiva é definida como uma série de processos cognitivos
de ordem superior (capacidade de planeamento, raciocínio abstrato,
flexibilidade cognitiva e resolução de problemas) determinantes no controlo e
coordenação de operações cognitivas e fundamentais na organização e
monitorização do comportamento humano. A integridade destas funções, são
determinantes para a realização adequada de tarefas da vida diária, incluindo
o contexto organizacional. A capacidade para trabalho é um forte preditor do
desempenho laboral, sendo definida como a autoavaliação que o trabalhador
faz do seu bem-estar no presente e no futuro próximo e da capacidade para
assegurar o seu trabalho tendo em conta as exigências do mesmo, a saúde e
os recursos psicológicos e cognitivos disponíveis. Assim, com o objetivo de
compreender a relação entre estas duas variáveis em médicos, enfermeiros e
professores, no presente trabalho utilizamos uma amostra composta por 218
sujeitos, sendo que 93 são enfermeiros, 100 professores (ensino secundário) e
25 médicos. Para avaliar as funções cognitivas executivas, nomeadamente a
flexibilidade cognitiva e raciocínio abstrato não-verbal utilizamos o Halstead
Category Test (HCT). Para avaliar a capacidade de planeamento e resolução
de problemas, utilizamos a Torre de Hanoi (TH). Para determinamos o valor da
capacidade para o trabalho, utilizamos o índice de capacidade para o trabalho.
No sentido de controlar variáveis que poderiam influenciar esta relação,
utilizamos Questionário Geral de Saúde (GHQ-12), escala de ansiedade-traço,
Questionário de Personalidade de Eysenck, escala de satisfação no trabalho e
uma questão dicotómica (Sim/Não) sobre o trabalho por turnos. Pela análise
dos resultados, verificamos que alterações nas funções cognitivas executivas
poderão prejudicar a capacidade para o trabalho. No entanto, verificamos que
variáveis como a idade, trabalho por turnos, personalidade e saúde mental
poderão exercer um efeito moderador desta relação. Por fim, em comparação
com médicos, enfermeiros e professores, verificamos que os médicos e
enfermeiros apresentam um maior prejuízo nas funções cognitivas executivas
que os professores, mas não na capacidade para o trabalho. Como conclusão,
o nosso trabalho contribuiu para uma melhor compreensão da ação das
funções executivas em contexto laboral (em particular na área da saúde e
educação), contribuindo para o desenvolvimento e implementação de
programas de promoção de saúde laboral em contexto organizacional. This work intends to characterize the association between the executive
cognitive function and the work ability in health professionals (nurses and
doctors) and educational professionals (teachers). The executive cognitive
function is defined as a set of high-level cognitive processes that are very
important to the control, coordination of several cognitive systems and
essentials to the organization and monitoring of human behavior. The integrity
of these functions are essentials to the performance on the activities of daily
living, including the organizational setting. The work ability is a strong predictor
of the work performance. It’s defined as a self-evaluation that the worker does
about his/her well-being in present and in the near future and how able are
they to do their task with respect to work demands, health, and psychological
and cognitive resources. So, the aim of this study was to understand the
relationship among these variables in doctors, nurses and teachers. So, we
used a sample composed by 218 subjects (25 doctors, 93 nurses, and 100
teachers). To evaluate the cognitive executive functions, in particularly, the
cognitive flexibility and the non-verbal abstract reasoning administered the
HCT. To evaluate the planning and problem -solving abilities administered the
Tower of Hanoi (TH). To determine the score of the work ability, we used the
work ability index. In order to control variables that could influence this
relationship, we used the General Health Questionnaire (GHQ-12), State-Trait
Anxiety Inventory, the Eysenck Personality Questionnaire, and a dichotomic
question (yes/no) about shift-work. Concerning the analysis of the results, we
noticed that changes on the integrity of executive cognitive functions could
contribute to the decrease of work ability. However, we looked that the age,
shift-work, personality and mental health, it could exert a moderator effect
between these variables. Comparing doctors, nurses and teachers, results
show that doctors and nurses presented higher scores in executive cognitive
function measures than teachers. In conclusion, this study provides a better
comprehension about the action of executive cognitive functions in working
setting (particularly in the health and education), contributing to the
development and implementation of programs for health promotion in working
setting. Doutoramento em Psicologia